“O povo outorga um mandato e o PT quer tomar na tora, no tapetão”, disse o líder da oposição na Assembléia Legislativa de Sergipe, deputado Venâncio Fonseca (PP) ao falar sobre a decisão da ministra Nancy Andrighi, do Tribunal Superior Eleitoral, que sugeriu a cassação da senadora Maria do Carmo Alves (DEM), no final da noite de terça-feira.
Para Fonseca, o PT quer, a todo custo, dar um mandato de senador ao atual diretor de cooperação e serviços da Petrobras, ex-senador José Eduardo Dutra (PT), segundo colocado na disputa eleitoral de 2006. “Digo isso porque quem requereu a cassação foi o PT. São os petistas que têm interesse no mandato da senadora, legitimamente conquistado através do voto”, afirmou.
No seu entendimento, o Partido dos Trabalhadores “usa dois pesos e duas medidas, uma vez que pede a condenação da senadora e do próprio ex-governador João Alves, alegando abuso do poder econômico, mas quer ser absolvido – e consegue – quando comete ilícitos”. Fonseca citou como exemplo o episódio, batizado de “Micareta Picareta”, quando o governador Marcelo Deda – então prefeito de Aracaju – contratou e pagou shows “superfaturados”, num momento em que ele pretendia disputar o comando do governo do Estado. “Ainda hoje, o Tribunal de Contas não disse se o caso foi legal ou ilegal. Nunca se posicionou e o processo deve estar dormindo em uma gaveta do Tribunal”, criticou.
Fonseca citou também o episódio ocorrido, no Palácio de Veraneio, quando Deda reuniu cerca de 300 aliados em um almoço. “Ele no exercício do mandato, reuniu aliados, numa estrutura pública, fez um verdadeiro comício e pediu voto. Nas duas situações, Marcelo Déda usou a estrutura pública em benefício próprio, com o único objetivo de mostrar os seus feitos em troca de voto. Mas isso o PT acha legal e moral”. Agora, destacou Venâncio, “o PT se posiciona de forma contrária quando se trata de adversários políticos”.
De acordo com ele, João Alves usou ambulâncias do Samu (o que suscitou a denúncia) “para mostrar à população e aos gestores públicos um projeto de extrema importância da para a saúde pública. Por isso, ele é acusado por esse mesmo PT de se beneficiar politicamente. Como é isso? É ilegal? Tem que ser condenado? E olhe que doutor João antes de adotar a medida, consultou o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe para saber se podia e se não se configurava crime. O TRE disse que podia”, lembrou.
Nos últimos dias, declarou Venâncio, “o governador Marcelo Deda, vem fazendo uso da máquina pública para reconstruir o apoio da maioria dos parlamentares na Assembleia Legislativa”. Ele se refere à busca de apoio de parlamentares das mais variadas siglas, como o próprio DEM, para garantir a governabilidade. “Negociar cargos públicos e obras por apoio, com adversários, em troca de apoio não é crime? Está tudo errado. Não dá para entender mais nada”, afirmou.
Na avaliação do deputado é difícil aceitar que esse mesmo partido esteja querendo o mandato da senadora Maria do Carmo, alegando abuso do poder econômico. “É importante lembrar que a senadora, nem ordenadora de despesa era.
Blog de Kátia Santana