46 servidores comissionados foram afastados nos últimos quatro dias.
Marcelo Déda não comenta a crise política.
A crise instalada na política sergipana depois da eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Sergipe continua. Novas exonerações foram publicadas na edição desta sexta-feira (2) do Diário Oficial do Estado. Consta a publicação de mais 11 decretos de exonerações assinados pelo governador Marcelo Déda, que tratam da saída de servidores comissionados. O número sobe para 46 afastamentos, desde o início da crise política.
Entre os nomes dos servidores exonerados na lista publicada na edição do Diário Oficial da quinta-feira, constam os secretários adjuntos do Trabalho, da Articulação Politica e da Secretaria de Desenvolvimento e Tecnologia.
Na manhã desta sexta-feira, o governador Marcelo Déda desconversou. “Não é hora de falar, mas refletir e agir”.
O secretário do Trabalho, Marcelo Freitas, ainda não foi exonerado, mas disse que colocou o cargo à disposição do governador. No governo ninguém quis se pronunciar. No Diário Oficial desta quinta-feira, o governador definiu, por meio de um decreto, que Oliveira Júnior, secretario do Planejamento, vai responder também, interinamente, pela Sedetec.
Na quarta-feira (29), a deputada estadual Maria Mendonça (PSB), usou a tribuna da Assembleia para dizer que não entendeu o motivo da exoneração da irmã dela do Detran e disse que não traiu o governador. Em seguida abriu mão de todos os cargos no executivo indicados por ela.
O senador Eduardo Amorim (PSC) garantiu que não houve traição ao grupo liderado por Marcelo Déda (PT). “Estou com a consciência tranquila, não houve golpe nem traição. Não vamos fazer nenhum tipo de revanchismo.”, disse.
A polêmica começou na segunda-feira (27), quando os deputados filiados aos partidos aliados ao PSC se uniram aos deputados da oposição, formaram uma chapa e elegeram a nova Mesa Diretora da Casa. Dois deputados da base aliada do Governo que estão na atual Mesa Diretora não foram incluídos na chapa.
Um dia após a sessão ordinária com a realização da eleição ‘relâmpago’ da nova Mesa Diretora para o biênio 2013/2014, da Assembleia Legislativa de Sergipe, o governador Marcelo Déda (PT) se reuniu com dois secretários de Estado, indicados pelo PSC e pediu a exoneração deles.
“A eleição foi realizada sem consenso na Casa e sem a participação de nove deputados. “Nos deram 40 minutos para formação de uma chapa. Isso sem que nós soubéssemos sequer que haveria eleição naquele dia”, explica o deputado Francisco Gualberto (PT), líder da situação.
Nove deputados governistas apoiaram a posição de Gualberto e não participaram da eleição da Mesa. Além do líder, se retiraram do plenário na hora da votação Conceição Vieira (PT), Gustinho Ribeiro (PSD), Ana Lúcia (PT), João Daniel (PT), Luís Mitidieri (PSD), Jeferson Andrade (PSD), Garibalde Mendonça (PMDB) e Zezinho Guimarães (PMDB).
Em 2010, Marcelo Déda (PT) foi reeleito governador de Sergipe com apoio do PSC, PSB, PDT e PC do B.
Fredson Navarro Do G1 SE