O governador Marcelo Déda (PT) estava no show e disse ter testemunhado “um espetáculo deprimente” por parte de Rita.
A cantora Rita Lee, 67, foi presa após um show em Aracaju (SE). A cantora afirmou ter visto membros de seu fã clube, que viaja trás dela pelo Brasil, sendo agredidos pelos policiais. Ao avistar policiais na plateia, declarou que não os queria em sua apresentação. “Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho.”
Mas os policiais se aproximaram ainda mais do palco, formando um paredão humano. Mais exaltada, a cantora os chamou de “cavalo”, “cachorro” e “filho da puta”. Passado esse momento, seguiu com o show até o final, quando foi levada à delegacia.
Ela se apresentava no Festival Verão Sergipe e declarou que aquele seria seu último show.
O governador Marcelo Déda (PT) estava no show e disse ter testemunhado “um espetáculo deprimente” por parte de Rita. “A polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]”, declarou Déda. Para o governador, a cantora tentou colocar o público, estimado em 20 mil pessoas pela organização, contra os policiais, o que poderia levar a uma “confusão generalizada”, segundo ele.
Após show de despedida, Rita Lee diz no Twitter que foi detida em Sergipe
Momentos após seu show de despedida, na madrugada deste domingo (29), em Sergipe, a cantoria Rita Lee afirmou pelo Twitter que foi detida pela Polícia Militar por causa do que havia dito durante sua apresentação. Ela foi uma das três atrações da noite do sábado (28) do Festival Verão Sergipe, e cantava na praia Atalaia Nova, no município de Barra dos Coqueiros, próximo à capital Aracaju.
Os relatos da cantora começaram após as 3h. “Polícia dando trabalho p/ mim, quer me prender, embasamento legal ñ há, ñ retiro uma palavra do q disse, o show era meu! [sic]”, afirmou Rita Lee em seu perfil, seguido por mais de 350 mil pessoas, duas horas após sua última publicação, na qual falava sobre a ansiedade antes de subir ao palco pela última vez.
Em seguida, a cantora se dirigiu aos advogados usuários da rede social. “Alô twittlawyers, polícia abusiva e abusada, nāo sou obrigada a fazer o q me pedem: ir à delegacia agora, ou amanhā às 9 [sic].”
Depois disso, ela publicou que estava em um carro a caminho do distrito policial: “Tô indo p/ a delegacia…a polícia d Aju ñ gosta d mim mas Sergipe gosta, estou dentro do carro, eles estaaoentravv [sic].”
Já na manhã de domingo, três horas após sua última mensagem, Rita Lee voltou ao Twitter para anunciar que havia sido liberada pela polícia com a ajuda da veredora de Maceió Heloísa Helena. “Sôlta graças à vereadora Heloísa Helena q estava na platéia e prestou idêntica versāo [sic]”, afirmou
Segundo o funcionário público Igor Maia, de 24 anos, que assistiu ao show, a cantora subiu ao palco por volta das 23h30 e se apresentou até cerca de 1h30. Porém, de acordo com ele, Rita Lee interrompeu a apresentação pelo menos três vezes. “Ela se incomodou com a ação do policial em relação a alguém que tava lá. Algumas pessoas disseram que eles estavam instando o pessoal que estava fumando maconha”, contou Maia.
Ele afirmou que, na primeira interrupção, a cantora pediu que eles deixassem a plateia se divertir em paz. Depois, Maia disse que ela pediu aos os policiais que deixassem o local e os ofendeu com termos como “filhos da puta”, além de ter sugerido que passassem um baseado para ela, para que ela também fosse presa.
Em determinado momento, segundo os relatos do funcionário público, cerca de dez policiais fizeram um cordão e se aproximaram do palco. Nesse momento, Maia afirmou que Rita Lee, ainda no palco, chegou a conversar com a polícia, que em seguida desfez o cinturão.
“Depois dessa conversa os policiais foram embora, abandonaram o serviço de policiamento do show, e ela continuou e terminou o show”, disse ele.
Maia afirmou que o único incômodo da cantora foi com a atuação dos policiais, e que em nenhum momento viu Rita Lee destratar o público presente no Festival Verão Sergipe. “Ela foi um amor, disse que foi um público ótimo e que gostou de terminar a temporada no Sergipe. Ela queria que todo mundo ficasse à vontade. Mas, por outro lado, os policiais faziam o papel dele.”
A delegacia plantonista, para onde a cantora foi levada, não confirmou se a ocorrência foi registrada como “desacato à autoridade”.
SE Notícias com Agências de Notícias da Folha e do G1