A decisão de parte da corporação da Polícia Militar de Sergipe de não atender à convocação do Comando da PM para trabalhar na segurança do Pré-Caju 2012, prévia carnavalesca realizada na capital sergipana entre os dias 19 e 22 de janeiro, continua causando polêmica. Isso, devido à apresentação de 410 atestados médicos, boa parte deles emitidos por um único médico. Durante os quatro dias de folia foram registradas três mortes.
Na manhã desta quarta-feira (25), cerca de 60 policiais que não atenderam à convocação, procuraram os médicos do Hospital da Polícia Militar de Sergipe, localizado na Zona Norte de Aracaju, e não tiveram seus atestados homologados.
Segundo reportagem exibida no SETV, a medida foi adotada de acordo com decisão da cúpula da PM, que irá apurar com rigor as faltas dos policiais e todos os documentos apresentados para a dispensa de serviço. Os policiais terão ainda que preencher uma guia de solicitação, que será entregue ao comando de cada batalhão. Todos os documentos serão avaliados e caberá ao comando decidir se os mesmos terão validade ou não.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar de Sergipe, coronel Aelson Resende, em entrevista ao SETV, dois médicos estavam de plantão para atender a esses policiais, no entanto, o grande volume de atestados prejudicou o andamento dos trabalhos.
“Eram recebidos em média 15 atestados por dia e nos quatro dias de festa foram registrados 410. Por conta disso, decidimos analisar cada caso, e uma junta já foi formada para realizar este trabalho, com o apoio inclusive da Procuradoria Geral do Estado. Mesmo porque, queremos saber se houve casos de duplicidade de atestados e outras irregularidades, para prestar contas à sociedade”, afirmou.
Ainda segundo o comandante, diversos tipos de doenças foram mencionadas nos documentos, como dores de cabeça, extração de dentes, internamento, entre outras. “Tudo será apurado de maneira transparente e iremos levar também ao conhecimento do Conselho Regional de Medicina, para termos ainda mais isenção nas investigações”, ressaltou Resende.
As mudanças não agradaram aos policiais. “A orientação que estamos dando aos policiais que estiveram doentes durante este período, e que não tiveram seus atestados homologados é a de que procurem suas companhias e apresentem seus atestados, bem como a solicitação, e certifique o comando do seu batalhão sobre a recusa dos médicos do HPM em homologarem os documentos”, afirmou o major Adriano Reis, presidente das Associações Unidas de Militares.
De acordo com o assessor de imprensa da Polícia Militar, capitão Charles Oliveira Santos, dos 410 atestados apresentados, um foi considerado falso, já que apresenta data e assinatura do médico Max Franco, que estaria fora do estado neste período. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defraudações.
Denise Gomes G1 SE