O Conselho Federal de Administração (CFA) determinou o afastamento cautelar imediato do Presidente do CRA-SE, Adm. Gildson Mendes de Farias, e do Diretor Tesoureiro, Adm. Carlos Menezes Calasans Eloy dos Santos Filho. O fato, de extrema gravidade, veio a público através de uma Nota de Repúdio divulgada pelo próprio Conselho Regional, mas expõe uma crise que vai muito além de disputas internas: trata-se da rejeição de contas e indícios sérios de má gestão.

Relatório de auditoria revela “fuga de licitações”, pagamentos sem fiscalização e irregularidades na doação de veículo oficial – Foto: divulgação/CRA-SE
O SINDISCOSE teve acesso aos motivos que levaram a essa decisão drástica. Trata-se de um extenso relatório de auditoria que apontou irregularidades sistemáticas na gestão do dinheiro público administrado pela autarquia.
O que a auditoria descobriu: licitações suspeitas e pagamentos sem controle.
A decisão do CFA se baseia na rejeição das contas dos anos de 2023 e 2024 e em um relatório detalhado de auditoria. Entre os pontos mais críticos levantados pelos auditores e que pesaram contra a gestão de Gildson Mendes de Farias, e Carlos Menezes Calasans Eloy dos Santos Filho, destacam-se:
-
Fuga de Licitações: A gestão é acusada de realizar contratações diretas de forma indevida. Na prática, isso significa escolher fornecedores e prestadores de serviço sem abrir a concorrência obrigatória (licitação), o que fere a lei e pode gerar prejuízo aos cofres da entidade.
-
Processos de Compras “Fantasmas”: A auditoria encontrou processos de compra sem documentos básicos exigidos pela Lei de Licitações (14.133/2021). Faltavam justificativas para a escolha das empresas contratadas, justificativas de preço e até a autorização da autoridade competente para a compra.
-
Falta de Parecer Jurídico: Foram identificados processos licitatórios sem a análise jurídica prévia, em alguns casos, documentos foram inseridos posteriormente para tentar sanar a falha, mas sem a assinatura do advogado responsável.
-
Pagamentos no “Escuro”: O relatório aponta a ausência de fiscais de contrato nomeados. Isso resultou em pagamentos de despesas públicas sem o devido atesto de que o serviço foi realmente prestado ou o produto entregue conforme o combinado.
-
Doação Irregular de Veículo: A auditoria flagrou irregularidades nos procedimentos para a doação de um bem do Conselho, especificamente um veículo Fiat Uno Fire Flex (ano 2008, placa IAF1174). A doação de patrimônio público exige rigorosos trâmites legais que, segundo o relatório, não foram seguidos.
Risco de crime e acionamento da Polícia Federal e do TCU
A gravidade das irregularidades encontradas no relatório é tamanha que o parecer da auditoria não recomenda apenas medidas administrativas. O documento solicita expressamente que os fatos sejam comunicados ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para apuração de responsabilidades civis e criminais.
O outro lado é a gestão interina
Em sua defesa, expressa na Nota de Repúdio publicada no site oficial, a gestão afastada alega que a decisão do Conselho Federal foi “abrupta” e tomada “sem contraditório”, ferindo a autonomia do regional. O CRA-SE promete buscar medidas cabíveis para reverter o afastamento.
Com a saída forçada dos titulares, a presidência do órgão em Sergipe passa a ser ocupada interinamente pelo Adm. Renan Tavares (Presidente em exercício) e a diretoria financeira pelo Adm. Obderan Bispo.
O SINDISCOSE continuará monitorando o caso. A sociedade sergipana e os profissionais de administração exigem respostas claras sobre o destino dos recursos da autarquia e a punição de eventuais culpados.
Acompanhe também o SE Notícias no Twitter, Facebook e no Instagram
Por ascom/Sindiscose


















































