A médica Daniele Barreto, de 47 anos, estava presa preventivamente, acusada de planejar o assassinato do esposo, o advogado José Lael Filho, em outubro de 2024, crime que gerou grande repercussão no estado. Na terça-feira, 9, após audiência de custódia que determinou sua saída de uma clínica de repouso, ela retornou ao Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro, onde deveria permanecer sob acompanhamento psiquiátrico.
Horas depois de ser reconduzida à cela, Daniele foi encontrada desacordada. O óbito foi confirmado por equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) realizaram a perícia no local.
Críticas da defesa
O advogado de Daniele, Fábio Trindade, criticou a decisão da Justiça de reconduzi-la ao presídio, alegando que sua cliente havia alertado sobre os riscos à própria vida.
“Eu nunca imaginei que fossem cumprir um mandado de prisão em uma pessoa em tratamento, tratamento esse por tempo indeterminado. Ela foi retirada do tratamento e colocada para a morte”, afirmou à TV Atalaia.
Segundo ele, Daniele apresentava sinais graves de sofrimento, como automutilação e pensamentos suicidas, e chegou a avisar na audiência de custódia que não resistiria ao retorno. “A última palavra que Dani disse lá na audiência é que se viesse pra cá, ela iria fazer isso. Disse pra mim, pro irmão, pra cunhada, a todos que estavam presentes. Eu alertei de todas as formas, eu documentei, eu disse que ela não podia vir”, reforçou Trindade.
Vazamento de imagens
Poucas horas após a confirmação da morte, fotos que mostravam a médica e a cela onde ela estava custodiada começaram a circular nas redes sociais.
A Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor de Sergipe (Sejuc) informou ter instaurado procedimentos internos e policiais para apurar o vazamento. Em entrevista nesta quarta-feira, 10, a secretária da Sejuc, Viviane Pessoa, disse que o episódio será tratado com rigor: “Temos um procedimento da corregedoria e outro da esfera policial para descobrir quem deu causa ao vazamento”.
Viviane ressaltou que, durante os quatro meses em que Daniele esteve sob custódia, nenhuma imagem havia sido divulgada, apesar da repercussão nacional do caso. “A interna foi preservada durante todo o tempo. Ontem, com o acesso de diversas equipes, ocorreu esse vazamento. Quem repassou ou teve acesso tem responsabilidade”, destacou.
A secretária também fez um apelo à população: “Não repassem. A responsabilidade é de todos. Preservar a dignidade humana é um compromisso do sistema prisional sergipano”.
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Redação, com informações da FANF1 e Infonet