Na manhã de quinta-feira, 31 de julho, por volta das 10h30, uma médica que atua na Unidade Básica de Saúde José Amado, localizada no loteamento Jardim Universitário, no bairro Marcelo Déda, em São Cristóvão, registrou um boletim de ocorrência na Central de Flagrantes de Aracaju após sofrer agressões verbais e ameaças por parte da mãe de um paciente. A profissional relata que só não foi agredida fisicamente graças à intervenção de policiais militares presentes no local.
Diante da escalada de violência e das mensagens ameaçadoras, a médica solicitou e obteve uma medida protetiva judicial contra a mulher.
Segundo a médica, a mãe exigia a elaboração de um relatório médico, alegando que seu filho é autista. No entanto, após três atendimentos realizados nos meses de maio, junho e julho, a profissional afirma que o quadro clínico da criança não preenchia os critérios para diagnóstico de autismo. A mãe, insatisfeita, teria levado relatórios de psiquiatras particulares e pressionado a médica a emitir um laudo semelhante — inclusive apresentando um novo documento, supostamente orientado por um advogado.
“Eu deixei claro que só poderia emitir um relatório com base nas observações feitas em consulta. Ela ficou extremamente agressiva, me xingou e só não partiu para a agressão física porque os policiais impediram”, afirmou a médica.
Ainda de acordo com o relato, a situação se agravou no dia anterior, quando a mãe do paciente teria ameaçado destruir o carro da profissional de saúde. Vídeos contendo as ameaças foram entregues à polícia.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, na manhã desta quinta-feira (31), uma ocorrência foi registrada na Unidade Básica de Saúde José Amado, localizada no bairro Marcelo Déda.
A situação teve início após divergências quanto à emissão de um laudo médico. A médica da unidade recebeu um documento da rede privada e explicou à mãe e a tia da criança que, para o reconhecimento clínico de determinadas condições, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é necessária avaliação especializada, preferencialmente por um médico neurologista infantil.
Diante da recusa profissional de emitir o documento sem a devida análise técnica e clínica da criança, a tia da criança passou a agredir verbalmente os profissionais e a causar desordem no ambiente. Para preservar a segurança de todos, a equipe solicitou o apoio da Polícia Militar, que conduziu a mulher à Central de Flagrantes da Polícia Civil de Sergipe (Ceflan), onde os envolvidos prestaram os devidos esclarecimentos.
A Prefeitura de São Cristóvão lamenta o ocorrido e reafirma o compromisso com o acolhimento respeitoso e ético à população, bem como com a proteção e valorização de seus profissionais de saúde. Um advogado da administração municipal foi designado para acompanhar o caso e prestar o suporte necessário à equipe da unidade.
Seguimos à disposição da comunidade para garantir um serviço de saúde baseado no respeito, na ciência e na humanização dos nossos serviços.
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Redação, com informações da PMSC