Na manhã desta sexta-feira, 10, Ivana Rodrigues, representante dos ex-funcionários da empresa Progresso, denunciou ao jornalista Narciso Machado, no Jornal da Fan, a grave situação enfrentada por mais de 600 rodoviários que tiveram seus contratos rescindidos, mas seguem sem receber as verbas rescisórias.
Segundo Ivana, muitos desses trabalhadores, pais e mães de família, aguardam há anos pelo pagamento de seus direitos trabalhistas. “Nós somos hoje mais de 600 pais de família na fila, alguns com mais de dez anos, para receber suas verbas de rescisórias. E a gente vem na luta, fazendo manifestações, para que a justiça veja a nossa situação e faça alguma coisa para que a gente receba. Nós estamos lutando pelos nossos direitos”, declarou.
A representante destacou que alguns ex-funcionários dedicaram mais de 30 anos à empresa sem receber as compensações devidas ao final de seus contratos. Ivana também criticou o veto ao Projeto de Lei do vereador Camilo Daniel, que buscava impedir que empresas de transporte coletivo com dívidas recebessem subsídios do município. O veto foi sancionado pela prefeita Emília Corrêa.
“Fizemos manifestações para que o projeto do vereador fosse aprovado, mas ele foi vetado. Não que isso nos beneficiasse diretamente, mas mostraria um pouco mais de justiça para quem tanto trabalhou e foi descartado como lixo. Nós passamos parte das nossas vidas dedicados a essa empresa”, lamentou Ivana.
Ivana fez duras críticas ao presidente da empresa Progresso, Adierson Monteiro, e questionou como uma empresa que não cumpre com suas obrigações trabalhistas segue operando. “A empresa dele nem funcionando estava. Vai olhar os ônibus, os pneus. Como é que uma empresa que não paga seus funcionários há três anos, que não paga 13º, está operando e ninguém faz nada? Cadê o Ministério do Trabalho? Cadê o Ministério Público? Cadê a OAB?”, indagou.
Os ex-funcionários afirmam que tentaram diálogos com a empresa, mas as negociações não avançaram. “Já tivemos algumas reuniões, mas o discurso dele [Adierson Monteiro] é sempre o mesmo: que a empresa tem décadas de serviço e que não há recursos. Gostaríamos de entender onde está o dinheiro, porque passagem não se vende fiado”, criticou.
O caso expõe uma grave violação de direitos trabalhistas e levanta questionamentos sobre a fiscalização das condições de operação da empresa. Enquanto isso, mais de 600 famílias seguem na incerteza, aguardando que a justiça seja feita e que os pagamentos sejam realizados.
As manifestações e denúncias continuam, com a esperança de que órgãos como o Ministério Público e o Ministério do Trabalho intervenham na situação. “Nós não vamos desistir. Só queremos o que é nosso por direito”, concluiu Ivana.
A reportagem do Portal SE Notícias tenta contato com Adierson Monteiro, representante do grupo Progresso, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. Continuamos à disposição pelo e-mail: senoticias@gmail.com
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Redação SE Notícias