Dos 3.304 cargos em comissão existentes hoje no governo de Sergipe, 737 foram criados somente nos primeiros 18 meses do governo Fábio Mitidieri. Em apenas um decreto, publicado na última terça-feira (23) pelo Diário Oficial do Estado, 13 cargos comissionados foram transformados em 54. Questionada sobre a “multiplicação” dos CCs, a Secretaria Estadual de Comunicação informou que a medida foi tomada visando “aumentar a força de trabalho para atender à crescente demanda pelos serviços governamentais prestados à população”. A informação é do jornalista Adiberto de Souza, publicada em seu site Destaque Notícias.
Desde o começo do governo, a minúscula oposição na Assembleia condena o que chama de trem da alegria. De acordo com o deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania), o governador Fábio Mitidieri se elegeu prometendo criar milhares de postos de trabalho, “mas o maior programa de geração de empregos feito por ele foi o de nomear apadrinhados políticos em cargos de comissão”, fustiga. De fato, na atual gestão os cargos em comissão são bem superiores aos existentes nos governos de Jackson Barreto (MDB) e Belivaldo Chagas (Pode). Na administração do emedebista eram algo em torno de 2,3 mil CCs, enquanto na do antecessor de Mitidieri existiam 2.567 comissionados, portanto, bem menos do que os atuais 3.304.
E qual o valor da folha salarial dos mais de 3,3 mil comissionados? Segundo a Secretaria Estadual de Comunicação, o custo total dos cargos em comissão é de pouco mais de R$ 8,4 milhões, sendo R$ 7,1 milhões da administração direta e R$ 1,3 milhão da indireta.
Sem deixar de lado o tamanho da folha dos cargos comissionados, vale ressaltar que, de forma genérica, é através deles que o poder público vai buscar na iniciativa privada gestores técnicos e especialistas para atuar em áreas pré-determinadas. O que se critica são os excessos. Na maioria das vezes, os CCs são utilizados pelos governos como “moeda de troca” para honrar acordos políticos e beneficiar aliados.
Só pensa em festas
Ao ser questionado sobre o atual número de cargos comissionados no estado, o senador Rogério Carvalho (PT) foi curto e grosso: “Fábio Mitidieri só tomou duas medidas efetivas no governo: fazer festas e contratar cabos eleitorais, através de cargos comissionados”, fuzilou. Principal adversário do chefe do Executivo, o petista afirma que na atual gestão não viu qualquer perspectiva de mudança em Sergipe. “Ainda enfrentamos muitos problemas mas, enquanto isso, o governo só pensa em festas e em fazer política através da contratação de lideranças”, reforçou.
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*Matéria produzida pelo jornalista Adiberto de Souza e publicada originalmente no portal Destaque Notícias