O diretor sergipano do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Roosewelt Chagas Lemos, foi exonerado após uma apresentação de dança com movimentos eróticos realizada no 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil, em Brasília, na última semana. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde no sábado (7).
Segundo a pasta, ele assumiu integralmente responsabilidade pelo episódio ocorrido durante evento oficial. A dança ocorreu no intervalo do encontro, que contou, ao todo, com apresentação de sete grupos artísticos.
Nas imagens, é possível ver uma dançarina fazendo movimentos provocativos ao som de Batcu, música de Aretuza Lovi com participação de Valesca Popozuda. A performance foi acompanhada por aplausos do público presente e dos demais participantes.
“Uma das apresentações surpreendeu pela coreografia inapropriada. O Ministério da Saúde lamenta pelo episódio isolado, que não reflete a política da Secretaria nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizado no encontro, e adotará medidas para não acontecer novamente”, admitiu por meio de nota.
Para evitar situações semelhantes, será criada uma curadoria de eventos, vinculada ao gabinete da ministra Nísia Trindade. “[Vamos] avaliar se as participações artísticas propostas estão adequadas com a conduta e com a missão institucional do Ministério da Saúde”, acrescentou.
O diretor exonerado, Andrey Lemos, é doutorando no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em políticas públicas em saúde pela Fiocruz, coordenou o Programa Municipal de IST, Aids e Hepatites Virais.
No Ministério da Saúde, como servidor da carreira de tecnologista, atuou nas políticas de Saúde Integral da População Negra e população LGBT e foi apoiador institucional na atenção básica junto a estados e municípios. Assessorou a Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho e a Câmara Técnica da Atenção Básica do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Dança gera revolta da oposição
A apresentação causou a indignação de opositores ao governo. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que a situação retrata uma ideologia. “É um seminário de Atenção Primária do Ministério da Saúde!!! Atenção primária é isso aí? É isso que salva vidas num sistema que a OMS colocou em 125º lugar? O cupim identitário está corroendo o governo por dentro. E o Brasil real vê chocado tudo isso”, disse ele em uma rede social.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apresentou um requerimento para que Nísia Trindade preste esclarecimentos sobre o encontro. O documento pede à pasta que informe o custo total do evento, além de nomes e matrículas dos funcionários e servidores envolvidos em sua organização.
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Fonte: A8 SE