A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou ser ministra do Planejamento do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo apurou o Poder360, a decisão deve ser formalizada ainda nesta 3ª feira (27.dez.2022) em reunião com o petista em Brasília.
Parte do núcleo lulista considera que Tebet tem perfil econômico muito diferente do de Fernando Haddad (PT), que será o titular da Fazenda, o que poderia criar uma tensão entre os 2 no governo.
No entanto, o futuro ministro da Fazenda elogiou a senadora na 2ª feira (26.dez) ao dizer que ela tem perfil adequado para eventualmente assumir o Ministério do Planejamento no novo governo.
O nome de Tebet chegou a ser cogitado para outros postos, como os ministérios do Desenvolvimento Social, das Cidades ou do Meio Ambiente. Porém, houve forte reação de petistas e outros aliados contrários à ideia.
O temor seria que, ao gerenciar programas como o Bolsa Família (atualmente chamado de Auxílio Brasil) e ações como obras de infraestrutura, a emedebista passasse a ter uma ótima vitrine para concorrer novamente à Presidência da República em 2026.
O futuro ministro de Relações Internacionais, Alexandre Padilha (PT), também confirmou que o PT já recebeu uma sinalização positiva do MDB de que Tebet irá aceitar o convite.
Perguntado, Padilha não foi claro sobre quem controlará o PPI (Programa de Parcerias de Investimento). O Poder360 apurou que o programa ficaria sob sua responsabilidade.
“Não existiu nenhuma discussão porque já tem uma estrutura do ministério do planejamento proposta pela transição e foi esse o convite que foi feito a senadora Simone Tebet. Ipea e IBGE fazem parte do ministério do planejamento. O ministério não será nem menor nem maior, independente de quem seja a pessoa que venha a ocupa-lo”, disse.
O PPI ainda está em indefinido, ao menos publicamente. Esta área ficaria sob o comando de Tebet, dando mais relevância ao Ministério do Planejamento. Neste cenário, o programa sairia do guarda-chuva da Casa Civil de Rui Costa.
QUEM É SIMONE TEBET.
Além de senadora, Tebet foi vice-governadora do Mato Grosso do Sul (2011 a 2015), prefeita de Três Lagoas (2005 a 2010) e deputada estadual (2003 a 2005). É advogada e professora. Formou-se em direito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). É filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet, morto em 2006.
Na equipe do governo de transição, Tebet coordenou o grupo de trabalho do Desenvolvimento Social. A área abarca temas como o combate à fome e à pobreza e terá no seu novo guarda-chuva de atribuições o Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família em 2023.
O nome da senadora era considerado para o ministério. Lula, porém, indicou o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) para o cargo e manteve o ministério sob controle petista.
O nome de Tebet também foi ventilado para a Agricultura (ainda sem indicado) e Educação (que será chefiado pelo ex-governador do Ceará Camilo Santana). Houve resistência no PT em dar as pastas para a emedebista.
Caso não assuma um ministério no governo Lula, Tebet ficará sem cargo eletivo pela 1ª vez desde 2003. Eleita para o Senado em 2014 com 52,61% dos votos válidos, o mandato de Tebet se encerra com o final da atual legislatura.
No Senado, Tebet foi a 1ª mulher a ser presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), principal comissão da Casa. Durante a pandemia, foi uma das mais críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid.
Também foi a 1ª mulher a se candidatar à Presidência do Senado, em 2021. Neste ano, também tornou-se a 1ª senadora a assumir a liderança da bancada feminina da Casa Alta, criada em 9 de março.
Ela foi candidata a presidente em 2022. Teve 4,16% dos votos. No 2º turno, foi um dos reforços mais importantes para a campanha petista.
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Fonte: Mateus Maia e Mariana Haubert, do Poder360