A doação de sangue é um ato de solidariedade que pode salvar muitas vidas. Mas o que muitos não sabem é que a prática também pode ser feita em felinos, ajudando no tratamento de doenças e em operações seguras. Antes de doar, é preciso identificar o tipo sanguíneo do gato e certificar-se do bom estado de saúde. Tanto a tipagem sanguínea como a doação são atos seguros para os bichinhos.
A veterinária Candice Garcia, da Toca dos Gatos, clínica em Aracaju exclusiva para atendimento de felinos, revela que a tipagem sanguínea em gatos é um procedimento simples. “O procedimento é feito na própria clínica e não precisa de nenhuma preparação especial. Não há necessidade de jejum ou medicação, mas é preciso fazer o agendamento prévio. Literalmente, são três gotas de sangue que a gente coloca em uma cartela com reagente e descobre se ele é A, B ou AB”, explica a especialista em felinos.
O procedimento, segundo a veterinária, permite que o felino seja cadastrado em um banco de doadores e garante que ele receberá o sangue compatível, caso algum dia necessite de transfusão. “É importante saber a tipagem sanguínea do gato para que quando ele precise receber uma transfusão de sangue, ele receba um tipo compatível com o dele. Tipo A recebe A, o tipo B recebe B e o AB pode receber qualquer um dos dois. A maioria dos gatos tem o tipo sanguíneo A. Algumas raças específicas tem B e são raríssimos os gatos que têm o sangue AB”, detalha.
Banco de doadores
Candice Garcia explica que a transfusão de sangue entre gatos é comum nos casos de anemia profunda, déficit de proteínas, problemas de coagulação, entre outras doenças. E que por isso é tão importante que clínicas, hospitais veterinários e centros de zoonoses possuam um banco de felinos doadores. Quanto mais rápido ocorrer a transfusão, melhor para a saúde dos gatinhos.
“Quando o gato precisa de uma transfusão sanguínea, a situação é de emergência. A gente não marca para o gato fazer uma transfusão porque quando percebe-se a necessidade, ele precisa imediatamente. E é nesse momento que começa a busca por doadores. Se a gente tem os cadastros, facilita bastante, porque a gente já tem as especificações, já tem os tipos sanguíneos dos felinos e aí é só fazer o teste de compatibilidade, a coleta e a transfusão”, conta a veterinária.
Doação
Para que um gato seja doador, é preciso atender a alguns pré-requisitos, que vão desde o peso adequado até a testagem negativa para algumas doenças.
“Para ser um doador, o gato precisa ter no mínimo 4,5 kg, ter entre um e dez anos de idade e estar com as vacinas em dia, assim como a vermifugação. O felino também precisa ser negativo para Imunodeficiência Viral Felina (FIV) e a Leucemia Viral Felina (Felv), além de saber, já de antemão, o seu tipo sanguíneo”, conta Candice Garcia. No caso das fêmeas, há um pré-requisito a mais para doação, que é não ter passado pelo período do cio há pelo menos 30 dias antes do procedimento.
A veterinária acrescenta que a doação ocorre de forma gratuita e tudo depende da vontade do tutor. “Se o gatinho já estiver no banco de doadores, é só levá-lo na clínica para a coleta de sangue. Com essa coleta, a gente já faz um check-up gratuito dos exames de sangue e uma avaliação clínica”, finaliza.
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Por Nara Barreto