A veterinária Candice Garcia, especialista em felinos e proprietária da Clínica Toca dos Gatos, primeira e única em Sergipe com atendimento especializado nesses animais, explica que a castração tem diversos benefícios.
“Além de evitar a gestação indesejada e o abandono, principalmente de fêmeas que possam estar grávidas, a castração evita a formação de tumores (câncer) nas mamas e de infecção no útero das gatas. No caso dos machos, a castração ajuda a evitar as fugas, o que reduz o risco de contraírem doenças em contato com gatos de rua (FIV e FeLV), assim como câncer de testículo e doenças do aparelho reprodutor, e reduz também as chances de envolvimento em brigas e atropelamentos”, detalha.
O processo de castração, conforme a veterinária, ocorre de maneira simples. Nas fêmeas, acontece através da retirada do útero e dos ovários. Já no macho, ocorre a retirada dos testículos. No entanto, antes de fazer o procedimento, é preciso cuidado na hora de escolher o profissional.
“É importante fazer uma pesquisa e checar a qualificação do profissional. É possível obter essa informação, ligando para o Conselho de Veterinária para saber se o profissional tem cadastro lá. Também é importante conhecer a clínica e ver as instalações, o ambiente e a higiene”, orienta a especialista.
A veterinária explica ainda sobre a idade ideal para castração dos felinos. “Quanto antes fizer a castração melhor. O recomendado é que a esterilização nas fêmeas aconteça a partir de 2 meses de idade. Já nos machos, tem que ser um pouquinho mais tarde, por causa do aparecimento dos testículos, o que normalmente ocorre por volta de 4 ou 5 meses”, destaca.
Saúde pública
Além dos benefícios para o gato e seu cuidador, a castração auxilia na manutenção da saúde pública, uma vez que quanto menor o número de felinos nas ruas, menor será a transmissão de doenças derivadas da mordida ou do arranhão desses animais.
“Os gatos de rua podem transmitir para os seres humanos algumas doenças de pele, como a Doença da Arranhadura, que é transmitida através da unha com bactéria. Além disso, a castração ajuda a população porque quanto mais gatos nas ruas, mais dejetos ele forma, ou seja, cheiro e poluição. Então, por causa disso, é muito importante ter uma política voltada à castração de felinos”, comenta.
Mitos
A especialista em felinos, Candice Garcia, explica que existem alguns mitos acerca da castração, que precisam ser esclarecidos. Um deles é a informação de que o gato engorda depois de ser castrado.
“O que acontece é que a maioria dos gatos vive dentro de apartamento, não tem muito o que fazer e as pessoas não fazem o enriquecimento ambiental e nem controlam a ração. Então, eles acabam ficando muito sedentários. Têm um pote de comida do lado, um pote de água e um sofá pra eles dormirem o dia todo. Nesse ambiente, eles só irão dormir, comer e engordar”, esclarece.
Outro mito comum é aquele que diz que o gato fica triste após a castração. “Após a cirurgia, alguns hormônios deixam de ser produzidos e, por isso, os gatos tendem a ficar mais calmos e sossegados. Outro detalhe é que a castração ocorre normalmente antes de o felino entrar na puberdade. Então, eles não têm esse entendimento, não sabem o que é cruzar e muitos menos entrar no cio”, finaliza.
Por Nara Barreto
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