A Secretaria de Estado da Saúde em reunião extraordinária realizada na tarde desta terça-feira, 28, com o Colegiado Intergestores Estaduais (CIE), definiu não aderir às recomendações do Ministério da Saúde em relação à prescrição para a vacinação de crianças de 05 a 11 anos.
A reunião aconteceu de maneira remota e contou com a presença de gestores dos 75 municípios sergipanos. A abertura teve como convidado o professor/pesquisador Ricardo Gurgel, representante do departamento de imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, o especialista compartilhou informações sobre a segurança da vacina e acerca da necessidade de imunização do público infantil.
“É até esquisito ter que defender que se vacine criança, algo que sempre foi uma rotina em nosso país. Se nós tivermos outras faixa-etárias vacinadas e as crianças não, elas serão as próximas a estarem nas UTIs, por isso, é necessário uma alta cobertura vacinal para fazer o efeito devido, ou seja, a redução dos casos ou a erradicação de doenças, a exemplo de doenças que conseguimos eliminar no Brasil por causa de vacinas”, explana Ricardo.
Para o diretor de Vigilância em Saúde, Marco Aurélio Góes, essa reunião é um momento de unificar as ações, um pacto necessário para que a rede estadual de saúde caminhe na mesma direção. “Neste encontro do colegiado de intergestores, após a contribuição do professor Ricardo, ficou pactuado que, no momento em que a vacina estiver disponível, será aplicada em todo o estado sem restrição e sem a necessidade de nenhum tipo de barreira. O único procedimento exigido será a identificação da criança, acompanhada por pais ou responsáveis, desse modo, poderemos registrá-la adequadamente no sistema de informação”, destaca Marco.
Uma das primeiras gestoras a se posicionar contra as exigências do ministério da Saúde e a favor das decisões da SES foi a secretária de saúde do município de Aracaju. “Temos que unificar a nossa fala, defendendo a vacinação, objetivando atingir a meta que é acima de 90%. A gente sabe que com os adolescentes estamos tendo algumas dificuldade, em Aracaju são cerca de 30% que não se vacinaram, estamos tendo uma redução na vacinação, principalmente, de segunda dose. A gente precisa se fortalecer para alcançar os nossos objetivos, é muito preocupante vermos cerca de 100 mil pessoas irregulares, ou seja, pessoas que não tomaram a primeira, ou não tomaram a segunda, ou não tomaram nenhuma. Sou a favor que não se faça exigência de prescrição porque a população pobre não vai ter acesso, o estado tem que se posicionar que vai vacinar sem burocracias”, fala Waneska Barbosa, secretária de Saúde no município de Aracaju.
Além dessa pactuação sobre a vacinação das crianças, a secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, falou da necessidade de reestruturar a atenção primária mediante os casos da Gripe H3N2 que estão acontecendo em diversos municípios. “O que estamos percebendo é que os hospitais regionais acabam sobrecarregados com demandas que podem ser resolvidas na atenção primária. O cidadão acaba procurando o serviço mais rápido e muitas vezes não necessitam da atenção especializada, por isso, a gente está estruturando a rede a partir das unidades básicas dos municípios, dando retaguarda também para casos que necessitam de leito clínico”, reitera a gestora.
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Fonte: ascom/SES