A cerimônia de despedida do delegado Marcelo Hercos foi marcada por diversas homenagens e pela presença maciça dos colegas de todas as áreas da Segurança Pública, das esferas municipal, estadual e federal. Ele faleceu na madrugada do último domingo, 17, após ser baleado com três tiros durante uma abordagem policial e lutar pela vida por 26 dias num
hospital da capital sergipana.
O velório e as cerimônias religiosas ocorreram na manhã de hoje no Piaf. Logo depois, houve homenagens policiais com a salva de tiros dos policiais da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), entrega da bandeira aos familiares e chuva de pétalas de rosas lançadas do helicóptero da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe. O cortejo foi acompanhado por dezenas de veículos policiais com giroflex e sirenes ligados e carros civis.
Qualidade técnica, compromisso com a sociedade e simplicidade foram as palavras que mais descreveram o delegado Marcelo Hercos. A tristeza e a incredulidade de que o colega e amigo estava partindo tão cedo foram os principais comentários de alguns dos muitos delegados presentes no velório.
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepol/SE), delegado Isaque Cangussu, fala sobre a partida precoce do colega e amigo. “Parece mentira. Há poucos dias, Marcelo estava esbanjando saúde, realizando atividades pessoais e profissionais, com muito vigor, como sempre foi. Ele era um quadro qualificado que tínhamos em Sergipe. Além disso, era um ser humano especial, amigo de todos, atencioso, educado. Fará muita falta à família e a todos nós”, lamenta.
A delegada Meire Mansuet comenta a falta que fará o colega. “Dr. Marcelo Hercos era profissional exemplar e muito dignificou a Polícia Civil com excelentes serviços prestados.
Hoje, fica esta lacuna, hoje fica esta dor para toda a família, para todos os colegas, mas com a certeza de que a espiritualidade ganhou um grande guerreiro. Dr Marcelo Hercos vai fazer muita falta para nós. Uma perda irreparável”, diz.
O vice-presidente da Adepol/SE, delegado Adelmo Pelágio, reforçou a experiência técnica do amigo. “Eu tive a honra de ser colega do Dr. Marcelo Hercos no curso de formação de delegados de polícia, de ingressar juntamente com ele na Polícia Civil. E, posteriormente, tive o
privilégio de trabalhar ao seu lado na delegacia de Itabaiana. Marcelo era um profissional tecnicamente muito competente, um ser humano eticamente valoroso. Além disso, era uma pessoa muito simples, humilde, generosa e afetuosa. Uma perda muito dolorosa para todos
nós que tivemos a alegria de conviver com ele”, diz.
A também colega, delegada Georlize Teles, diz que toda a polícia e sociedade de Sergipe está de luto. “Marcelo morreu como um guerreiro. Ele escolheu ser policial, escolheu defender a sociedade e fez isso até o último momento. Eu tenho dito que Marcelo poderia ter escolhido perceber o fato e esperar, apenas acionar, esperar por alguém, mas ele queria defender, ele
queria levar até o fim o juramento de proteger a sociedade e assim fez, deu a vida. Tombou em defesa da sociedade. Estamos de luto, estamos de luto, mas com muita fé de que Marcelo foi para os braços do Pai. Continuaremos aqui, nós policiais civis, honrando a história e a trajetória de Marcelo e tendo nele o nosso exemplo de alguém que disse que daria a vida em
busca das respostas para a sociedade, em defesa da sociedade e assim o fez. É uma pena, é muita dor, é lamentável que na defesa da sociedade ele tenha que tombar diante de três marginais, mas, enfim… sigamos”, lamenta.
O amigo Léogenes Corrêa, lembra da alegria de estar com Marcelo Hercos em seu casamento. “Marcelo me convidou, assim como a vários amigos para o casamento dele. Nós fomos para a cidade de Trancoso, na Bahia, aonde eu fui com toda minha família. Inclusive, foi a primeira viagem de avião da minha mãe, ela sempre temeu esse tipo de viagem, mas sabia da pessoa de Marcelo e fez esse esforço. Nós fomos para lá, uma solenidade linda. Marcelo é isso que todo mundo está vendo aqui. Essa grande quantidade de amigos”, comenta. O delegado acrescenta que este é um dia de extrema tristeza para a polícia, mas também para a comunidade em geral que teve o prazer de ter Marcelo trabalhando em prol da comunidade.
“Marcelo era um amigo/irmão. Não só para mim, mas para todos os companheiros que trabalharam com ele. Ano passado eu recebi dele a delegacia de Pirambu e Japaratuba, quando ele me disse que iria assumir a 7ª delegacia metropolitana do Conjunto Jardim. Ele já estava acostumado a chegar pra trabalhar na capital e prestar o bom serviço que sempre
prestou. Marcelo é um dos policiais mais preparados do Estado, fez curso em outros países como Israel e Estados Unidos. Isso tudo para desenvolver um melhor trabalho em prol da comunidade”, diz Leógenes Corrêa.
A quantidade de amigos e a personalidade querida também é lembrada pelo delegado Tarcísio Tenório. “Marcelo era uma pessoa fantástica. Uma pessoa muito querida, o que é comprovado pelo número de pessoas de vários setores da sociedade, autoridades. Um delegado objetivo e
de humor bastante interessante. Então, a gente vai ficar com essa lembrança dele no dia a dia policial, nos cursos, nos treinamentos e nas operações. É um indivíduo que prestou relevantes serviços ao estado de Sergipe e que hoje vai deixar uma grande lacuna. Nós, a família policial
civil, vamos dar continuidade a esse trabalho inspirado no exemplo que ele deixa para todos nós”, diz.
A diretora da Adepol/SE, delegada Flávia Félix, lamenta a morte do colega e ressalta a grande perda. “Hoje é um dia muito triste. É uma perda muito grande tanto para a instituição, para a Polícia Civil, para a família e para a sociedade sergipana. Marcelo é um daqueles colegas de profissão que, só de olhar, reconhecemos como vocacionado. Profissional altamente treinado,
aguerrido, corajoso, proativo, um entusista das lutas por melhorias na profissão, mas também um ser humano simples, de coração bom e cheio de sonhos. É um dia que vai ficar para a nossa memória, para reflexão e para o nosso futuro também aqui na polícia”, diz.
O delegado Samuel Oliveira lembra que entraram na Polícia no mesmo concurso e fala da dor de perder um amigo. “É um dia de luto. Eu conheci Marcelo em 2005, na época que fizemos a academia de polícia juntos. Ali já se criou uma amizade, porque ele era mineiro e eu baiano, ali do Sul, próximo a Minas. Então, a gente se identificou muito. Ali nasceu a nossa amizade, uma amizade que já dura 16 anos. Marcelo é um ser humano sensacional. Me recordo que ele dava comida aos gatinhos e cachorros próximo a Delegacia. Enfim, é uma dor muito grande, uma perda irreparável e só Deus para confortar o coração da família e de todos nós que éramos muito amigos dele”, diz. Bastante emocionada, a delegada Daniela Garcia, também falou da tristeza de perder um colega. “Um dia muito triste, um dia que a gente perde um colega querido, um colega dedicado e de fácil amizade. Tiramos plantão recentemente juntos e ele era aquela alegria.
Quando a gente tira plantão com colegas que conhecemos e vemos quem tem a mesma garra que você, que está ali dividindo o trabalho junto. Ver que vai embora numa situação que ele podia simplesmente não reagir, não tomar partido, mas como policial, com sangue de polícia, né, resolveu interceder naquele momento. Enfim, só nos resta imaginar que Deus tem um plano para todos nós, que a missão dele foi cumprida e que vai ficar essa saudade, essa lacuna aqui para a gente”, diz.
O corpo do delegado Marcelo Hercos será levado à cidade de Alagoinhas (BA), onde será cremado em cerimônia restrita. E as cinzas serão levadas para Minas Gerais, onde Marcelo Hercos foi criado.
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Fonte: ascom/Adepol