O Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil alerta para um novo golpe no Estado de Sergipe. Os cibercriminosos criam um perfil com dados e fotos das vítimas, que são profissionais de renome em suas áreas de atuação, e passam a pedir dinheiro aos familiares e amigos. A diferença dessa investida criminosa para outras práticas delituosas similares é de que a conta no aplicativo de mensagens é criada a partir de outro número de telefone, ou seja, não há clonagem do número. Pelo menos 50 vítimas já foram identificadas em Sergipe.
A delegada Suirá Paim, da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos e Defraudações, explicou como agem os cibercriminosos no processo de criação do perfil falso. “Como já tínhamos alertado anteriormente a respeito do aumento de golpes neste período de isolamento social, surgiu mais uma modalidade de golpe pelo aplicativo WhatsApp. Esse consiste na criação de um perfil falso, similar ao da vítima. O criminoso vincula uma foto, que ele busca em redes sociais, e passa a fazer pesquisas sobre a vida e dados pessoais da vítima, por meio de bancos de dados privados”, detalhou.
Em seguida, conforme evidenciou a delegada, os cibercriminosos juntam os dados obtidos e partem para a aplicação do golpe. “A partir de então, ele faz esse cruzamento de dados, identificando familiares e os contatos mais próximos da vítima. Eles se passam pela vítima e passam a fazer contato com essas pessoas. Eles pedem dinheiro por meio do depósito ou transferência”, salientou.
Suirá Paim ressaltou que o golpe é uma nova modalidade, diferente dos registros anteriores. “Não é o sequestro do perfil da vítima. Nesse caso, existe a criação de um novo perfil. Um novo número é vinculado à foto da vítima. Já identificamos cerca de 50 vítimas aqui no estado. Esse golpe vem ocorrendo em todo o território nacional. Inclusive, eles escolhem profissionais de renome, como médicos, juízes, advogados, arquitetos, dentistas, entre outros”, reiterou.
Ela mencionou também que já foram identificados suspeitos da prática desse golpes em outras unidades da federação. “Em contato com outros estados, já temos informações de que uma associação criminosa já foi identificada e, provavelmente, são os mesmos criminosos que estavam atuando aqui no estado. As investigações estão em andamento e vamos continuar para que possamos identificar, realmente, quem são os criminosos que estão atuando nessa modalidade de crime”, frisou.
A delegada Viviane Pessoa, diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), orientou as pessoas quanto aos detalhes que podem identificar que uma mensagem recebida pode se tratar de um golpe. Ela também trouxe recomendações para evitar ser a vítima da utilização indevida de dados pessoais em ações criminosas praticadas por meio do aplicativo de mensagens.
“As dicas que temos são, se tem um número novo pedindo dinheiro, cheque com o antigo celular se aquela numeração é verdadeira. Então, ligue para o número antigo. Já quanto aos pedidos de dinheiro, entre em contato. Geralmente, as pessoas não pedem dinheiro, em situações de urgência, pelo WhatsApp. A suposta urgência engana a vítima. Se tiver urgência, também desconfie. São as dicas mais importantes. Além disso, tenha cuidado com os dados disponibilizados em redes sociais. Sugerimos o perfil fechado e a verificação em duas etapas no WhatsApp”, concluiu.
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Matéria extraída do site da SSP/SE