Em pronunciamento para comentar a saída de Sergio Moro do governo, o presidente Jair Bolsonaro disse que, mais de uma vez, o ex-ministro teria dito que a troca de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal poderia ocorrer em novembro, depois de possível indicação de Moro ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em novembro, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, irá se aposentar e o presidente terá a prerrogativa de indicar um substituto para a vaga. Desde que foi para o governo, Moro se tornou um dos nomes cogitados.
Em resposta à acusação de Bolsonaro, Moro escreveu no Twitter que a permanência de Valeixo na PF nunca foi utilizada por ele como moeda de troca para nomeação ao STF.
Troca na Polícia Federal
Bolsonaro negou ter pedido a Moro blindagem da PF e rechaçou a tese de interferência na corporação. “Nunca pedi para blindar ninguém da minha família. Jamais faria isso”, disse. Ele alegou que os dois conversaram ontem (23) sobre a demissão do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. “Ele [Moro] relutou e falou: mas o nome tem que ser o meu. Eu falei: vamos conversar. Por que tem que ser o seu e não o meu, ou um de consenso entre nós dois?”, relatou Bolsonaro.
“Eu não tenho que pedir autorização para ninguém para trocar o diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do Poder Executivo”. Ele também reclamou das investigações sobre a facada de que foi vítima na campanha eleitoral de 2018 e voltou a criticar o curso do caso Marielle.
Bolsonaro disse que as acusações feitas mais cedo por Moro são infundadas e afirmou que as falas podem manchar a biografia do ex-juiz. “Não são verdadeiras as insinuações de que eu gostaria de saber sobre as investigações em andamento”, disse Bolsonaro, negando ter procurado Moro para interferir nas investigações da PF.
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Por Flávia Said /Congresso em Foco