A imagem de um cadeirante sendo colocado no bagageiro de um veículo da Guarda Municipal de Aracaju, na última sexta-feira (7), viralizou nas redes sociais e chamou a atenção da administração municipal, que informou que vai apurar o que aconteceu.
O estudante do sétimo período de direito, Tony David da Silva Melo Santos, contou ao G1 que estava a caminho da faculdade. Ao chegar ao Terminal da Maracaju, na Zona Norte, entrou em outro ônibus e percebeu que não havia o cinto de segurança para seguir viagem.
“O motorista se negou a me levar. Falei que só desceria se todo mundo saísse também e assim aconteceu. Tentei pegar o segundo ônibus, mas acabei ficando para trás. Foi quando fui à garagem da empresa na tentativa de fazer uma ‘fiscalização’ da acessibilidade na frota”, contou.
Agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e Polícia Militar foram ao local negociar a retirada do estudante. Pouco tempo depois, a Guarda Municipal chegou.
“Um guarda municipal colocou o pé na cadeira de rodas e ele caiu para frente. O guarda colocou o joelho na coluna do meu marido, que gritava dizendo que sentia dores e não estava conseguindo respirar. Foi quando comecei a gravar a situação com meu celular. Jogaram ele na mala, puxaram a roupa dele, algemaram e saíram no ‘camburão’ deixando a cadeira de rodas no meio da rua”, lamentou a esposa Maria Aparecida de Jesus Santos.
O estudante disse que a confusão começou por volta das 10h30 e só deixou a delegacia, com a ajuda de um advogado amigo da família, no final da tarde. Na quarta-feira (12), ele foi procurado por representantes da Prefeitura e foi levado para depor novamente no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).
Nota da Prefeitura
“O prefeito Edvaldo Nogueira se reuniu nesta quarta-feira, 12, com o secretário da Defesa Social e da Cidadania, Luís Fernando Almeida, e determinou uma apuração rigorosa e precisa a respeito da atuação da Guarda Municipal de Aracaju (GMA) no caso de um cadeirante que bloqueou a garagem da Viação Atalaia na última sexta-feira, 7. Edvaldo lembrou que sempre exerceu um governo pacífico e com respeito aos direitos humanos, portanto, não transgride o modo de governar em harmonia, empregando sempre o diálogo na solução de conflitos, a exemplo da forma democrática com que lida com os movimentos sociais.
Argumentando que precisava vistoriar todos os ônibus da empresa, o cadeirante se recusou a sair da porta da empresa. Equipes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito e da GMA dialogaram por cerca de três horas para que ele liberasse a entrada da empresa, pois estava impedindo a circulação dos ônibus. Diante das sucessivas negativas, ele foi levado à delegacia.
O prefeito reforçou que compreende o direito de um usuário e cidadão se manifestar e que tal ação não pode impedir que a população seja atendida pelo transporte público. De maneira enfática, Edvaldo garantiu que vai apurar o ocorrido para tomar as providências devidas”.
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Com informações do G1 SE