Na manhã desta sexta-feira, 10, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), por meio da sua Escola de Contas (Ecojan), promoveu o seminário “Reforma da Previdência e Questões Jurídicas Relacionadas”, com o objetivo de tratar da proposta de reforma elaborada pelo Governo Federal, com palestras do Secretário Especial Adjunto da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal; do subprocurador-geral Federal, Avio Kalatzis de Britto, e do procurador-geral do MP de Contas, João Augusto Bandeira de Mello.
Tribunal de Contas promove exposição e debate sobre a reforma da previdência (foto: Cleverton Ribeiro/TCE)
Ao fazer a abertura do evento, o vice-presidente da Corte de Contas, conselheiro Carlos Alberto Sobral, destacou a importância de discutir o tema e de que sejam respeitados os direitos previstos na Constituição Federal: “a reforma da previdência é algo preciso e necessário, desde que sejam respeitados a segurança jurídica, os direitos adquiridos do cidadão e a coisa julgada, pois sem isso não há democracia”.
Para a conselheira Susana Azevedo, o evento proporcionou um debate proveitoso e Sergipe foi privilegiado por receber especialistas na área e mostrar que a população precisa ser esclarecida. “Esse é o terceiro encontro que o Tribunal de Contas promove para debater a reforma da previdência e agora é um encontro muito importante porque trouxemos praticamente o autor da proposta que está tramitando no Congresso Nacional, pois realmente há a necessidade de uma reforma para que exista um equilíbrio das contas públicas”, disse ela.
De acordo com a conselheira, o Estado de Sergipe utiliza quase 25% da sua receita líquida para pagar a folha dos aposentados, deixando de investir em outras áreas por conta desse déficit. “Enquanto o Estado esquece da criança e da juventude, está gastando já com o idoso; não podemos deixar que isso continue porque é um desequilíbrio muito grande nas contas públicas. Temos que ter uma previdência que não tenha déficit, que realmente venha a cumprir o seu papel, mas que não retire daqueles serviços que o Estado precisa prestar, como saúde e educação”, completou.
Também considerando muito oportuno o tema debatido, o conselheiro Carlos Pinna elogiou a iniciativa e ressaltou: “é um assunto que está na pauta de toda imprensa brasileira, de todos os centros de discussão jurídica e econômica brasileiros e internacionais. É um assunto que precisava ser trazido ao Tribunal, do qual o Tribunal já tem conhecimento e que precisa balizar no limite do Estado de Sergipe, que é a nossa jurisdição, e certamente renderá bons frutos”.
Estavam entre os presentes também os conselheiros Clóvis Barbosa e Angélica Guimarães; o conselheiro-substituto Rafael Fonsêca; o diretor presidente do Sergipeprevidência, José Roberto Andrade; o deputado estadual Zezinho Sobral; o secretário de controle externo do TCU, Jackson Luiz; o subdefensor público geral, Vinícius Menezes Barreto; o juiz federal Fábio Cordeiro de Lima, e o vereador Armando Batalha Júnior, da Câmara Municipal de Aracaju.
Papel da AGU
As palestras foram inciadas com apresentação do subprocurador Àvio Kalatzis de Britto, subprocurador geral federal da Advocacia Geral da União. O subprocurador abordou o papel da AGU na Reforma da Previdência.
Estavam entre os presentes também os conselheiros Clóvis Barbosa e Angélica Guimarães; o conselheiro-substituto Rafael Fonsêca; o diretor presidente do Sergipeprevidência, José Roberto Andrade; o deputado estadual Zezinho Sobral; o secretário de controle externo do TCU, Jackson Luiz; o subdefensor público geral, Vinícius Menezes Barreto; o juiz federal Fábio Cordeiro de Lima, e o vereador Armando Batalha Júnior, da Câmara Municipal de Aracaju.
Papel da AGU
As palestras foram inciadas com apresentação do subprocurador Àvio Kalatzis de Britto, subprocurador geral federal da Advocacia Geral da União. O subprocurador abordou o papel da AGU na Reforma da Previdência.
Bianco demonstrou aos presentes o que afirma ser os pilares na nova previdência: combate aos privilégios; equidade; combate às fraudes; cobrança de dívidas e imposto fiscal. A partir destes elementos desenvolveu uma argumentação de defesa do projeto, da maneira como foi apresentado no Congresso Nacional.
“É uma reforma necessária e fundamental para o Brasil, busca um sistema mais justo para toda a população, especialmente o mais pobre. O Brasil hoje é um ponto fora da curva quanto às regras da previdência. Um dos pontos fundamentais e o núcleo da proposta é fazer com que todos os brasileiros no futuro se aposentem por idade e não por tempo de contribuição. A Constituição Federal é muito clara quando protege o direito à idade avançada, o mundo todo vem caminhando neste sentido”, explicou.
O secretário adjunto ainda colocou que um dos núcleos da proposta é estabelecer uma idade mínima de aposentadoria para todos os brasileiros. Outro ponto seria a justiça social, fazer com que pobres e ricos se aposentem na mesma idade. Ele salientou que hoje em dia os pobres aposentam-se dez anos depois dos mais ricos e com uma renda muito inferior.
“A ideia do governo agora é a seguinte: discutir propostas, ouvir, dialogar e negociar, fazer com que a população faça parte do debate, que tenham a profundidade necessária para isto. Este encontro de hoje aqui no TCE é uma tarefa muito importante neste objetivo”, disse.
Importância para Sergipe
O procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), João Augusto Bandeira de Mello, abordou de questões filosóficas a gráficos com dados sobre problemas fiscais em Sergipe. “Reforma da previdência e seu papel para a sustentabilidade fiscal do Estado de Sergipe” foi a temática abordada.
Bandeira defendeu que as pessoas busquem informações sobre a proposta em fontes seguras e confiáveis, de preferência ouvindo especialistas. Colocou que a reforma deve ser analisada por todos, excluindo os vieses que possam influenciar na discussão, e que as informações sejam privilegiadas em detrimento das paixões.
“Deve-se tratar do assunto com informações, com a população devidamente informada e segura sobre a discussão. Formar um conhecimento racional sobre o assunto, retirar o viés do debate. Só o debate consciente vai nos trazer bons frutos, não é a visão de um só lado que vai acrescentar ao debate”, disse.
Ele ainda ressaltou aspectos da sustentabilidade fiscal do Brasil e do estado de Sergipe. Foram apresentados dados demográficos, orçamentários e sociais que encorparam o seu argumento sobre problemas fiscais no âmbito local. De acordo com Bandeira, o Estado passa por problemas de alto índice de comprometimento com gastos com pessoal e previdenciário, ainda que haja carência de pessoal; necessidade de investimentos, problemas com saúde e educação. “Precisamos de uma verdadeira revolução na educação, frear gastos previdenciários e com pessoal, investir em alta tecnologia. Tudo isto só poderá ser feito por meio de um pacto social de grandes proporções”, concluiu.
Por ascom/TCE