Os jovens atletas do Flamengo que sobreviveram ao incêndio, na madrugada desta sexta-feira (8), contaram em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro como perceberam as chamas no alojamento. Um deles disse que precisou “quebrar as janelas para tentar salvar os atletas mas eles pareciam desmaiados”.
A TV Globo e o G1 tiveram acesso a quatro depoimentos prestados durante a tarde na 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes. Dez jogadores da base do Flamengo, com idades entre 14 e 16 anos, morreram na tragédia, e outros três estão internados.
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‘Grande explosão’ e ‘cheiro de queimado’
De acordo com um dos sobreviventes, havia muita fumaça no local. Segundo o atleta, ele e outros colegas conseguiram quebrar a janela de um dos quartos pelos fundos do contêiner e resgataram os três adolescentes sobreviventes.
Neste momento, segundo o jovem atleta, já havia muito fogo e um dos seguranças veio com o extintor de incêndio. Foi nesta hora que ocorreu uma grande explosão em um dos aparelhos de ar-condicionado instalado no alojamento.
Outro atleta contou que, por volta das 5h, acordou “incomodado com o cheiro de queimado e com a temperatura do quarto muito alta”.
O jovem conta que sentiu também um vapor quente no rosto, quando percebeu que o ar-condicionado do quarto estava em chamas. Segundo ele, cinzas caíam do aparelho.
No depoimento consta que o jogador levantou e chamou seus colegas, dizendo que o quarto onde estavam pegava fogo e pretendia buscar ajuda. O nome do jovem foi preservado por ser menor de idade.
O adolescente ainda tentou buscar água no bebedouro para apagar o fogo, mas percebeu que não seria suficiente, já que as chamas estavam altas. Pediram, segundo ele, ajuda ao monitor.
Ele contou que não imaginou que “a situação estava tão grave, achando de início que apenas seu quarto estaria com problemas”.
Nos relatos, os jovens contam que quando saíram do contêiner olharam para trás e viram que o fogo estava se alastrando pelo teto de todos os outros quartos também.
Fogo começou no quarto 6
De acordo com os depoimentos dos jovens, o fogo começou no quarto 6. Todos os atletas que estavam neste quarto conseguiram se salvar.
Em todos os outros houve vítimas:
Cinco que morreram dormiam no quarto 1
Três estavam no quarto 2
Uma vítima estava no quarto 3
Outra vítima no quarto 5
De acordo com os depoimentos, as cinco vítimas do quarto 1 foram Jedson, Bernardo, Arthur, Vitor e Paulo.
Um outro jovem contou que acordou com um “barulho muito alto como se fosse uma explosão”.
Então, ele conta que “acordou e um colega que estava ao seu lado gritou: ‘explodiu! está pegando fogo!’.
Segundo este relato, o garoto conta que tudo estava muito escuro, que levantou e correu em direção à porta do seu alojamento junto com mais um colega.
No alojamento 4 onde estava a testemunha havia seis pessoas no momento da explosão. Todos conseguiram sair sem lesões. Segundo ele, o fogo começou no quarto 6.
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Por Leslie Leitão e Marco Antônio Martins, TV Globo e G1 Rio