Um advogado foi preso em Aracaju (SE) acusado de aplicar golpes em pessoas em vulnerabilidade, principalmente contra idosos que seriam seus próprios clientes. Ricardo Alexandre de Matos Ramos teve a prisão cumprida no último dia 20.
O suspeito teve a prisão preventiva decretada por determinação do juiz Pedro Rodrigues Neto, da 3ª Vara Criminal de Aracaju. A ação foi movida pelo Ministério Público do Estado de Sergipe (MPE/SE. Ele foi denunciado pelo crime de apropriação indébita majorado.
Segundo o MPE, o advogado teria supostamente embolsado de uma vítima cerca de R$ 7,5 mil. Ainda durante a investigação, foi constatado que ele responde a mais de 20 processos criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo se apropriado de quantias de vários clientes, idosos e de baixa renda, que procuravam seus serviços.
Um dos processos tramita na 9 Vara Criminal de Aracaju, em que a defesa do acusado alega doença psiquiátrica. Na época, foi realizada perícia e a Justiça constatou a doença.
Em entrevista ao Jornal da Cidade, uma das vítimas, Beatriz Lyra, de 69 anos, conta que o fato aconteceu em 2016, quando em uma audiência o juiz perguntou se ela tinha advogado, respondendo que não teria condições de pagar as custas de um, Ricardo, que estava no local, disse que poderia ajudá-la sem custos. No entanto, no primeiro contato, o advogado cobrou cerca de R$ 6 mil.
A vítima continuou com os serviços do advogado para que a defendesse em outra causa e assinou um contrato para pagar 20% por serviço prestado. “Ele fez e ficou com o dinheiro. Eu fiquei passando ‘zaps e mais zaps’ cobrando meu dinheiro. Fui ao Fórum e me informaram que o meu advogado já havia recebido. Depois disso entrei com ação contra ele e nada se acha no nome dele”, disse Beatriz Lyra, que afirmou ainda que o acusado é presidente do Kart de Aracaju.
Em 2017, a vítima chegou ainda a entrar com representação contra ele na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Sergipe (OAB/SE), porém ainda não teve resposta sobre o processo ético que, segundo a OAB, segue sob sigilo e que as partes são oficializadas conforme o andamento do processo, que corre normalmente.
No pedido de prisão preventiva para manutenção da ordem pública, o MP expõe que, “enquanto enganava pessoas simples, o acusado desfilava na Orla de Atalaia ostentando um veículo Audi, inclusive chegou a ser preso por dirigir alcoolizado”.
Já a defesa pede a liberação do acusado com base na alegação de insanidade mental. A Justiça ainda não se manifestou sobre o pleito da defesa.
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Com informações do F5News