O governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, oferece às futuras mães de Sergipe cuidados por meio de serviços de saúde que objetivam garantir o bem-estar da mulher e do bebê. Um exemplo é a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência em Sergipe no atendimento às gestantes de alto risco portadoras de patologias como hipertensão, diabetes, cardiopatia, trabalho de parto prematuro.
Como resultado do esforço do governo para qualificar continuadamente a assistência materno-infantil e, muito particularmente, às gestações de alto risco, o Ministério da Saúde atualizou a habilitação da Nossa Senhora de Lourdes como Referência Hospitalar na Atenção à Saúde em Gestação de Alto Risco (GAR), tipo 2 (de maior complexidade). A portaria foi assinada pela secretária substituta de Atenção à Saúde, Cleusa Rodrigues da Silveira Bernardo, em 11 de janeiro deste ano.
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes ofertava serviços de alto risco desde a sua criação. No entanto, somente em 2012, recebeu sua primeira habilitação e, agora, a atualização desta habilitação. Os critérios para habilitação de estabelecimentos hospitalares de referência em Atenção à Gestação de Alto Risco são: apresentar relatório de vistoria realizada in loco pela Vigilância Sanitária local, com avaliação das condições de funcionamento do estabelecimento hospitalar; ter constituídas e em permanente funcionamento as comissões obrigatórias pertinentes aos estabelecimentos hospitalares; realizar atendimento em urgência e emergência obstétrica nas vinte e quatro horas do dia e nos sete dias da semana; fornecer retaguarda às urgências e emergências obstétricas e neonatais atendidas pelos outros pontos de atenção de menor complexidade que compõem a Rede Cegonha em sua Região de Saúde e garantir o encaminhamento responsável.
São critérios ainda: implantar protocolo de acolhimento com classificação de risco no atendimento às urgências obstétricas, ginecológicas e neonatal; estruturar equipe horizontal gestora do cuidado em obstetrícia e neonatologia, com, no mínimo, médico obstetra, enfermeiro e médico pediatra; manter todos os leitos cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) disponíveis para regulação pelas Centrais de Regulação; alimentar e atualizar os sistemas de informação obrigatórios do SUS; garantir vinculação de vaga para gestante, recém-nascido e puérpera de risco, com estabelecimento de fluxo e encaminhamento responsável.
Outros critérios são: implantar Método Canguru ; manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe, sempre que possível; proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável nos casos de internação, inclusive nas hipóteses de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UCINCo); manter taxa de ocupação mínima de oitenta e cinco por cento para os leitos obstétricos e noventa por cento para os leitos de UTI, UCI Neonatal Convencional e UCI Neonatal Canguru (UCINCa), entre outros.
“Todos estes critérios e mais alguns outros que são exigidos pela portaria 1.020 são cumpridos rigorosamente pela Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e, por isso, que tivemos a habilitação atualizada. Acho importante que a sociedade sergipana tenha conhecimento desse fato para compreender o grau de qualidade e de segurança que existe nos serviços ofertados pela unidade”, considerou a sanitarista e técnica da Rede Materno-Infantil da Secretaria de Estado da Saúde, Helga Müller.
Em 2017, a MNSL realizou 16.240 atendimentos. Já no primeiro quadrimestre deste ano foram 5.767 atendimentos realizados. Embora referência no atendimento a gestantes com perfil de alto risco, a unidade atende também em sistema de porta aberta.
Parto humanizado
Aliadas aos protocolos já adotados na MNSL, as estratégias de humanização do parto normal é uma prática da unidade.
“O parto normal humanizado integra as diretrizes da Política Nacional de Humanização. Muitas práticas que beneficiam a gestante e o bebê já vêm sendo adotadas aqui na maternidade. Inclusive a unidade é credenciada pela Rede Cegonha, que preconiza as boas práticas de saúde, dentre elas o parto humanizado”, disse o superintendente da MNSL, André Nascimento.
A obstetra e coordenadora de Internamento do Bloco Cirúrgico da ‘Lourdinha’, Alba Patrícia Santos Vieira de Melo, destaca algumas das medidas já executadas na unidade. “Reduzimos o índice de episotomia (corte no períneo, para facilitar a saída do bebê). Além disso, há a atuação de doulas dentro do centro cirúrgico, somada a utilização de bolas, massagens e chuveiro com água morna, que são algumas das formas não farmacológicas de alívio da dor”, frisou.
De acordo com a médica, as práticas ocorrem conforme avaliação médica e diante das possibilidades estruturais da unidade. Em relação a posição do parto, na maioria das vezes é realizado na mesa (com a mulher deitada), mas em alguns casos é possível utilizar a banqueta. Também há casos em que os partos ocorrerem no próprio leito, assistido pelo médico ou pelo enfermeiro obstetra. Entre as variantes para definição da posição do parto normal está o conforto da paciente.
“Essas técnicas de humanização aceleram o trabalho de parto, promovem o alívio da dor e o maior conforto da mulher, a partir de posições estratégicas que podem facilitar a saída do bebê”, esclareceu a obstetra Alba Patrícia.
Além disso, outro fator relevante ao processo de humanização no parto é o contato pele a pele da criança com a mãe imediatamente após o parto, que também já é procedimento adotado pela MNSL, assim como o estímulo à amamentação.
Método Canguru
O recém nascido de baixo peso também recebe atenção humanizada na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. “A ‘Lourdinha’ foi certificada em 2014, pelo Ministério da Saúde, como Referência Estadual para a Atenção Humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru”, ressaltou o superintendente da MNSL, André Nascimento.
O Método Canguru valoriza o contato pele a pele entre o recém-nascido de baixo peso e seus pais. Entre os benefícios gerados estão a alta precoce e o favorecimento da construção do vínculo entre pais e filhos.
A assistência implantada de forma inédita em Sergipe para beneficiar os Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é dividida em três etapas. Durante todo o processo, os recém nascidos e seus familiares são acompanhados por uma equipe multiprofissional.
Doulas
Implantado em dezembro de 2010, o Projeto Doulas Amigas do Parto tem como objetivo fortalecer as ações de humanização preconizadas pelo Ministério da Saúde, buscando incentivar o protagonismo da mulher no trabalho de parto e pós-parto. As voluntárias são treinadas para acompanhar as pacientes e auxiliar na preparação dessas gestantes para o parto normal. Massagens, posicionamentos e outras técnicas não farmacológicas de alívio da dor auxiliaram o trabalho de parto.
A palavra Doula vem do latim, significa “mulher que serve”, e atualmente é a profissional que oferece suporte emocional e físico às gestantes antes, durante e pós-parto. Durante o trabalho de parto, a doula não substitui médicos e enfermeiros, mas auxilia nas posições confortáveis para o nascimento do bebê, além de informar sobre os procedimentos que estão sendo realizados. Além disso, após o parto, a doula também orienta as mães sobre os primeiros cuidados com o bebê, principalmente na amamentação.
Banco de leite
Outro ação importante realizada pelo governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, e que tem como objetivo estimular o aleitamento materno, foi a reestruturação do Banco de Leite Humano (BLH) Marly Sarney, prédio que voltará a funcionar em anexo à Maternidade Hildete Falcão Baptista e ao ambulatório Follow Up. O BLH é referência, uma vez que foi o primeiro a ser criado em Sergipe, em 1988, e tem como objetivo contemplar, especialmente, bebês prematuros nascidos na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e de demais maternidades que necessitarem dos serviços.
A nova estrutura irá disponibilizar melhores condições de recepção às doadoras de leite humano, bem como um serviço mais qualificado de processamento e pasteurização, controle de qualidade microbiológica, estocagem, distribuição do alimento e demais procedimentos necessários para que o leite que se torne o mais puro possível. Entre as características físicas desse novo formato do BLH estão as salas com ampla divisão, adequadas para a livre circulação de pessoas, aptas a possibilitarem condições plenas de trabalho aos técnicos que manuseiam o leite humano.
A coordenadora da Unidade Neonatal da maternidade e banco de leite, Thereza Cristina Azevedo Bulhões, disse que como referência estadual, o BLH Marly Sarney, possui certificação Padrão Ouro. Porém mesmo com essa nova estrutura, nos últimos anos houve uma queda no número de doações. No ano de 2016 o total de doações foi 625, e no ano passado o registro caiu para 550. Com o baixo índice, o número de beneficiados também reduziu, passando de 1.542 bebês, em 2016, para 1.458, no ano passado.
“Qualquer mulher saudável que esteja amamentando e produza mais leite do que o necessário para o seu bebê, pode se tornar uma doadora. Para isso, basta entrar em contato com banco de leite e manifestar seu desejo de doar. Reforço que o BLH está com baixo estoque devido à redução no número de doadoras”, observou a coordenadora do banco, Thereza Cristina Azevedo Bulhões. Ela deixou claro que manter um bom estoque é de grande importância.
Para se tornar uma doadora basta procurar o Banco de Leite Marly Sarney pelo telefone 3218-9424. Caso não tenham como ir até o Banco de Leite, as mães podem solicitar visitas de profissionais em domicílio para efetivação do cadastro. As parturientes que não passaram pela MNSL e que desejam doar também podem solicitar visitas domiciliares, tanto para efetivação de cadastro quanto para doação de leite humano, se aptas, e desde que também não haja condições de locomoção dessa doadora. São aceitas também doações de frascos para armazenamento do leite. Os mais indicados são os frascos de vidro de café solúvel com tampas de plástico de boa aderência, que deixem o vidro bem lacrado.
Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
Ultrassonografias (mamária, transvaginal, tireóide, abdômen total) além de mamografias e cirurgias de alta frequência (CAF), assim como outros serviços assistenciais, estão disponíveis no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism). A unidade, gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), atende cerca de duas mil pacientes a cada mês e oferece o diagnóstico do câncer de colo do útero e o de mama, além do rastreamento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) vindos dos 74 municípios sergipanos, bem como de Aracaju.
O Centro é o único em Sergipe a ofertar, desde a consulta especializada até o diagnóstico com exames específicos. Essas e outras ofertas estão disponíveis ao público feminino de segunda à sexta-feira, das 6h às 17h, sendo que para cada procedimento há dia e horário pré-estabelecido, com devido agendamento. O objetivo é contemplar a população com serviços que garantem a qualidade e a agilidade nos resultados.
Com equipe multiprofissional atuante, formada por médicos, assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros, o Caism realiza também alguns procedimentos cirúrgicos, a exemplo de mamografias e cirurgias de alta frequência (CAF), considerando que outras cirurgias destinadas à resolução dos casos de câncer são realizadas no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Preparado para a realização de atendimentos humanizados, o Centro é a única unidade de média complexidade que recebe pacientes de todo o estado para o objetivo a que se propõe.
Além do CAF, o Caism possui o serviço de histeroscopia diagnóstica, capaz de identificar alguma alteração presente no interior do útero, como os pólipos endometriais. O serviço de pré-natal de alto risco oferecido pelo Centro é referência no Estado para todos os municípios, com exceção de Aracaju, que possui sua própria referência. Possui médicos especializados, sendo que o cardiologista faz o acompanhamento gestacional juntamente com a endocrinologista e obstetra específico, considerando as muitas particularidades associadas à mulher diagnosticada com gravidez de alto risco.
O Caism agiliza também encaminhamentos para cirurgias uterinas, a exemplo das ocasionadas por cistos e miomas, além de ambulatório de retorno, em que a paciente é operada na unidade hospitalar e volta à unidade para ser acompanhada pelo médico da instituição.
Quando a paciente sai do Caism, profissionais do Serviço Social fazem todo o mapeamento, rastreamento e acompanhamento da saída da mesma até a rede hospitalar. Ao ser inserida na rede, profissionais do Centro ainda fazem uma busca ativa, a fim de saber se essa paciente está sendo bem acompanhada, ou seja, apesar de oferecer apenas serviços de diagnósticos, há na unidade a preocupação de acompanhar a trajetória da mulher em toda a rede hospitalar de saúde.
O Caism está localizado na Avenida Tancredo Neves, s/n, bairro Capucho. Para obter outras informações, basta entrar em contato pelo (79) 3218-9400.
Da ASN.
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