Com diversas ações de reestruturação da Rede de Urgência e Emergência (Reue), promovidas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desde o ano passado, os primeiros sinais de melhoria já podem ser identificados através da produção dos dois hospitais municipais. Nos quatro plantões dos finais de semana de fevereiro, o Nestor Piva (Zona Norte) e o Fernando Franco (Zona Sul) atenderam 8.901 usuários – número 162% maior que o do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) durante o mesmo período, que foi de 3.392.
Dos quase nove mil atendimentos, 70% foram clínicos (6.244); 12% cirúrgicos (1095); 9% ortopédicos (759); 7% pediátricos (596); e 2% odontológicos (207). Entre as duas unidades, o Nestor Piva foi o que obteve um índice mais relevante, atendendo 5.413 pacientes (cerca de 60% a mais que o contabilizado pelo maior hospital de urgências do estado).
Para coordenadora da Reue, Genisete Pereira, esse grande número de procedimentos realizados se deve principalmente à queda da evasão dos pacientes, ocasionada pela abertura da sala de medicação rápida, e pela implantação da classificação de risco (separação dos pacientes por gravidade) no Zona Norte. “Com isso, o tempo de resposta diminuiu muito. Em setembro de 2017, por exemplo, houve 1.067 desistências de pacientes que esperavam atendimentos. Em dezembro, quando implantamos o sistema de classificação, este número baixou para 305, ou seja, 71% a menos”, revelou.
E essa realidade deve melhorar nos próximos meses, com a implantação do mesmo sistema no hospital Zona Sul. “Além disso, fizemos a compra de centenas de equipamentos, alguns deles já em fase de recebimento, como é o caso dos condicionadores de ar. Também contratamos um engenheiro clínico, que estuda constantemente a necessidade de outras aquisições, e estamos captando recursos para fazer reformas de adequação na parte estrutural dos hospitais. Tudo para melhorar ainda mais o fluxo dos atendimentos, visto que a qualificação dessas unidades é uma das prioridades da nossa gestão”, garantiu a secretária da SMS, Waneska Barboza.
Suporte ao Estado
Waneska reforça que esses resultados são extremamente importantes para o bom funcionamento da Saúde pública de Sergipe, uma vez que a melhoria nos atendimentos da rede municipal acaba desafogando o fluxo no estado. “Nós somos responsáveis pela baixa e média complexidade na capital, mas o que acontecia antigamente é que muitos desses casos acabavam superlotando o Huse, que deveria ser voltado aos pacientes em situações mais graves. Com o nosso trabalho de reestruturação, estamos aos poucos revertendo esse quadro, fazendo com que cada unidade opere focando no que deve, cada uma exercendo o seu papel dentro do Sistema Único de Saúde”, esclareceu.
Mas fluxo inverso também ocorre. De acordo com a secretária, alguns pacientes atendidos por Aracaju possuem diagnósticos graves, incompatíveis com a realidade dos hospitais municipais, que são de pequeno porte. Isso ocorre porque a Reue faz parte do Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal (Sigau), que regula os leitos no estado, e foi criado justamente para diminuir a superlotação em Sergipe.
“Entretanto esses casos estão sendo estudados e articulados com o Estado, a fim de melhorar essa parte do fluxo. Inclusive algumas reuniões já foram realizadas com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) para sugerir uma rede de ajuda com os hospitais dos municípios próximos, como São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro. Por exemplo, um paciente mais grave internado no Nestor Piva iria para o Huse, e um mais estabilizado no Huse iria para o José Franco (Socorro), que, por sua vez, mandaria um usuário de menor gravidade para a nossa rede. Seria um mapa de leitos regulados, uma vez que os nossos hospitais não são apropriados para pacientes crônicos”, revelou.
Da Agência Aracaju Noticias.
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