Com a proximidade do Carnaval, a procura pela vacina contra a febre amarela tem aumentado consideravelmente nas Unidades de Saúde da Família (USFs) de Aracaju. No entanto, o que muita gente não sabe, é que a imunização não é indicada para todos os casos.
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Ilziney Simões, o número de vacinas é suficiente para quem vai viajar nos próximos dias para as áreas de risco. “Porém estabelecemos critérios para quem realmente precisa se proteger contra o vírus. Por isso, se o usuário não for para uma zona de risco, o acesso à vacina não será liberado. Para comprovar, o usuário pode apresentar a passagem de ônibus ou avião, uma cópia da reserva de onde ficará hospedado, a inscrição de algum evento, ou até mesmo o comprovante de residência, caso a viagem seja para casa de parentes nessas áreas”, informou.
Ilziney diz ainda que a vacina é de dose única, ou seja, não há a necessidade de ser aplicada novamente em quem já foi imunizado. “Antigamente havia um entendimento de que a vacina contra a febre amarela deveria receber um reforço a cada dez anos, porém, com base nos novos estudos científicos, constatou-se que uma única dose confere proteção para toda vida”, garantiu.
Restrições
A coordenadora informa que pessoas com 60 anos ou mais devem apresentar relatório médico que indique que não há contraindicações para receber a vacina. Esta orientação também é válida para gestantes, pessoas com doenças autoimunes, e pessoas que vivem com HIV. Outro cuidado a ser considerado é se o indivíduo possui alergia ao ovo. Nesse caso, ele não poderá ser vacinado contra febre amarela.
Transmissão
Diversos usuários têm mostrado preocupação com o contágio através de pessoas infectadas que vêm para Aracaju. Porém, segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Taise Cavalcante, não há nenhuma possibilidade do contágio ocorrer desta forma.
“Hoje, o vírus da febre amarela é transmitido somente pela picada dos mosquitos transmissores infectados [os vetores Haemagogus e Sabethes]. A doença não é passada de pessoa a pessoa, tão pouco de animais para o ser humano. É importante destacar que temos apenas registros do chamado ciclo silvestre, onde os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros, e o ser humano participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata e ser picado pelos vetores infectados”, esclareceu.
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Por AAN