Funcaju lança 1º Prêmio Mário Jorge de Poesia

Um dos maiores ícones da poesia sergipana ganha uma justa homenagem. A Prefeitura de Aracaju e a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) lançam o Prêmio Mário Jorge de Poesia, um reconhecimento à obra do poeta e a criação de um espaço para incentivar e fomentar a arte da poesia entre os aracajuanos. O prêmio terá como temática os poemas de Mário Jorge de Menezes Vieira, considerado um dos maiores poetas contemporâneo. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 11 de novembro através do link www.mapa.cultura.aracaju.se.gov.br.

Prêmio Mário Jorge de Poesia (Arte: Ascom/Funcaju)

O prêmio é destinado aos poetas residentes em Aracaju e cadastrados no Mapa Cultural de Aracaju. Menores de 18 anos podem participar, desde que a inscrição seja feita com a autorização dos pais ou responsável. Cada participante pode inscrever até dois poemas, observando como temática a poesia de Mário Jorge, e que não tenham sido premiados em nenhum outro concurso.

As poesias serão avaliadas por uma comissão julgadora que selecionará as dez melhores para serem premiadas com o Troféu Pássaro Azul, além de um certificado. As obras inscritas passarão a fazer parte do acervo da Biblioteca Pública Municipal Mário Cabral. A cerimônia de premiação do Prêmio acontecerá no dia 23 de novembro, às 17 horas, no Teatro João Costa, no Centro Cultural de Aracaju.

Para o presidente da Funcaju, Silvio Santos, o prêmio retoma a discussão em torno da obra de um dos grandes nomes da literatura sergipana. “Falar de Mário Jorge é falar de um poeta que, além de um talento incomum, era moderno, um agitador cultural. Sergipe perdeu, de forma precoce, um poeta que se consagrou num momento em que o país ainda vivia tempos difíceis e a poesia era uma ferramenta de transgressão, de liberdade”, observou.

Um poeta à frente de seu tempo

Mário Jorge de Menezes Vieira nasceu em Aracaju no dia 23 de novembro de 1946 e faleceu em janeiro de 1973 em um acidente automobilístico. Foi militante do movimento estudantil na década de 60, durante o período da Ditadura Militar no Brasil. Em 1968, publicou o seu primeiro e único livro, com o título de Revolução.

Além desse livro, o poeta também publicou poemas e artigos em jornais e revistas de Sergipe, foi editor de jornal, produtor de filmes, colaborou em peças de teatro e participou de festivais de música. Em sua produção literária, nota-se a influência das poesias de vanguarda onde se destaca a poesia concretista, práxis, social e marginal, além de influências da tropicália.

O contexto dos poemas de Mário Jorge retrata temas semelhantes ao futurismo com um caráter de denúncia social como os problemas durante o Regime Militar no Brasil e a influência de protestos hippies como os do período da Guerra do Vietnã.