A separação dos pais é um tema delicado na maioria das famílias, principalmente, pelo valor que é dado ao matrimônio. No entanto, o bem-estar das pessoas envolvidas pode ter se desgastado, e isso requer que elas não vivam uma relação que já não dá mais certo. Neste contexto, não só os pais podem enfrentar um momento delicado, mas os filhos também. Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, explica como algumas vezes a criança lida com a situação.
“A separação dos pais, para a maioria das crianças, possui um significado muito próximo ao abandono. Nesse sentido, nosso sistema imunológico é comandado pelo nosso cérebro para alcançar as partes em que necessitam de auxílio. Assim, quando eles são enviados para solução de conflitos emocionais, é como se fossem enviados a campo sem batalha, desgastando-os de forma significativa. Mesmo após anos, a sensação vivida pelas crianças são reeditadas sempre que passam por situações conflitantes”, elucida.
É comum que os filhos, nesse período de divórcio, apresentem algumas reações físicas e emocionais, mas a especialista alerta que o sofrimento, muitas vezes, não é originado pela separação e sim pelos conflitos.
“Presenciar a separação dos pais pode não trazer tanto sofrimento, o que leva as crianças a ter problemas é presenciar o conflito dos pais. Com a separação, os pais deixam de viver na mesma casa, mas, quando a convivência é tranquila, as crianças percebem essa alteração na mudança familiar, mas sem que haja um significado negativo. A sensação de abandono não precisa existir porque os pais devem estar sempre presentes na rotina familiar das crianças. Caso haja a sensação de abandono, as crianças podem desenvolver o medo excessivo, birras frequentes e desproporcionais, hiperatividade, necessidade de chamar atenção demasiadamente e choro frequente. Os problemas físicos dependem integralmente de fatores emocionais e psicológicos. Algumas crianças apresentam febre, tosses, alergias, sem que haja uma explicação física, entretanto, quando se fala em sintomas físicos, o sistema imunológico entra em ação para um combate inexistente, por este motivo, não há melhora até que o conflito seja de fato sanado”, orienta a psicóloga.
Sarah ainda acrescenta que os impactos negativos de uma separação podem acontecer, mas a criança não deve ser sentir culpada. “Caso a separação dos pais tenha sido traumática por algum motivo, é importante perceber que, na ocasião, foi da forma que os pais entenderam que deveria ser, não cabia a criança, naquele, momento modificar a situação”, ressalta.
A especialista indica que caso seja percebido que os filhos não aceitam a condição dos pais, ou acredite na culpa de um deles é necessário buscar ajuda psicológica para lidar com a questão. “Neste caso, é importante fortalecer dentro do indivíduo que os pais tomaram esta decisão por motivos deles. O que foi feito, está feito. Nesse sentido, a busca por orientação psicológica pode contribuir para a aceitação da criança”, enfatiza.
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Da Assessoria de Imprensa