O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez ontem (26) à noite sua primeira denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no Supremo Tribunal Federal.
Trata-se da primeira denúncia da História do Brasil contra um presidente no exercício do mandato.
Em sua denúncia, Janot lembra que tramita outro inquérito em que aparecem nomes que, para o procurador, são ¨potenciais integrantes da mesma organização criminosa¨.
Quando da instauração do inquérito nº 4327, vislumbraram-se como potenciais componentes dessa organização criminosa ANÍBAL GOMES, EDUARDO CUNHA, HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES, ALEXANDRE SANTOS, ALTINEU CORTÊS, JOÃO MAGALHÃES; MANOEL JUNIOR, NELSON BOURNIER, SOLANGE ALMEIDA, ANDRE ESTEVES, FERNANDO ANTÔNIO FALCÃO SOARES, ANDRE MOURA (filiado ao PSC); ARNALDO FARIA DE SÁ (filiado ao PTB), CARLOS WILLIAN (filiado ao PTC) e LÚCIO BOLONHA FUNARO.
As investigações conduzidas no bojo do Inquérito n. 4.483 indicam não apenas a continuidade da atividade da organização criminosa, como também a participação de MICHEL TEMER, RODRIGO LOURES, ora denunciados, bem como possivelmente do ex-deputado federal e ex-Ministro de Estado GEDDEL VIEIRA LIMA, apontado como homem de confiança de MICHEL TEMER para o trato de negócios escusos , de WELLINGTON MOREIRA FRANCO, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, e de ELISEU LEMOS PADILHA, ministro-chefe da Casa Civil.
Deve ser citado como exemplo, nesse contexto, o inquérito nº 4.462, instaurado a partir das colaborações premiadas de executivos da ODEBRECHT, no qual constam como investigados, justamente, MOREIRA FRANCO e ELISEU PADILHA.
Dentre as possíveis práticas criminosas, está a solicitação, por PADILHA e FRANCO, de vantagem indevida em nome do PMDB e de MICHEL TEMER, bem como o pagamento de propina em razão de favorecimento da ODEBRECHT em concessões da Secretaria de Aviação Civil.
Os fatos devem ser analisados no contexto da oro irão também subsidiar a análise daqueles fatos.
Assim, desde já, o Procurador-Geral da República pugna pelo compartilhamento da organização criminosa aqui mencionada, com especial atenção para o núcleo do PMDB da Câmara.
As práticas espúrias voltadas a atender interesses privados, a partir de vultosos recursos públicos, não se restringem àqueles reportados na denúncia ora ofertada.
Percebe-se que a organização criminosa não apenas esteve em operação, em passado recente, como também hoje se mantém em plena atividade.
Registre-se que, apesar de a investigação da organização criminosa do PMDB da Câmara dos Deputados continuar no bojo do inquérito próprio (n. 4.327), as provas produzidas no presente procedimento investigatória prova do inquérito nº 4.483 para o inquérito nº 4.327.
Veja a denuncia completa aqui texto_312084477
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Com informações do NE Notícias