O Corinthians disse durante toda a semana que iria para Campinas para ganhar o jogo, e não ficou apenas no discurso. Dessa vez no Moisés Lucarelli, com direito a uma atuação de gala de Rodriguinho, autor de dois gols e de uma linda jogada no tento marcado justamente pelo camisa 77 Jadson, o Timão dominou a Ponte Preta praticamente desde o primeiro tempo, abriu 3 a 0 e ficou muito perto de repetir o título conquistado 40 anos atrás, diante da mesma Macaca.
Com o resultado, os comandados podem perder até por dois gols de diferença no jogo da volta, marcado para o dia 7 de maio, próximo domingo, às 16h (de Brasília), no estádio de Itaquera, que vão alcançar a sua 28ª conquista do Estadual. Aos campineiros, que tentavam chegar à sua primeira taça de grande expressão em mais de 116 anos da história, resta ganhar por quatro tentos ou ao menos três, o que levaria a decisão para os pênaltis.
Os dois times agora terão uma semana de descanso antes da segunda decisão, na capital paulista, já que ambos foram eliminados precocemente da Copa do Brasil. Logo após a finalíssima, porém, os times terão duelos decisivos pela Copa Sul-Americana, fora de casa. O Timão contra a Universidad de Chile, em Santiago, e a Macaca contra o Gimnasia, na cidade de La Plata, na Argentina.
Contra-ataque corintiano domina a Ponte
O Corinthians subiu ao gramado do Moisés Lucarelli em meio a chuva de papel picado e ovação aos jogadores da Ponte Preta, mas não mostrou qualquer efeito da festa local no seu jeito de jogar. Bem posicionado na defesa apesar dos cinco escanteios em menos de 12 minutos concedidos à Macaca, o time precisou de uma escapada do seu ataque para construir uma vantagem mínima no placar.
Após lançamento longo para o ataque, a bola sobrou para o paraguaio Romero pelo lado esquerdo. Com calma, ele esperou a passagem de dois companheiros até encaixar passe entre os zagueiros para o centroavante Jô. De primeira, o camisa 7 achou Rodriguinho já quase na pequena área e o armador bateu com o pé direito, cruzado, alto, sem chances de defesa para o goleiro Aranha.
O gol diminuiu o volume da torcida e fez a Ponte tentar algumas jogadas pouco trabalhadas, perdendo o bom toque de bola de Fernando Bob e apostando apenas em lançamentos longos. Os locais só se animaram perto da meia hora de jogo, quando o árbitro Raphael Claus deu cartões amarelos para o meia Rodriguinho, por falta em Bob, e para o volante Gabriel, por falta em Clayson, tirando ambos do jogo da volta, em Itaquera.
Dali até o intervalo, porém, a melhor precisão no passe seguiu fazendo a diferença para os visitantes, que quase ampliaram a vantagem, novamente com Rodriguinho. Na primeira oportunidade, aos 41, ele recebeu cruzamento de Fagner e, sem marcação, cabeceou fraco para a defesa de Aranha. Na segunda, já nos acréscimos, Romero roubou a bola no ataque, abriu para Maycon que cruzou para o camisa 26. O armador nem deixou a bola cair e arriscou da marca do pênalti, mas mandou por cima do gol.
Rodriguinho domina rivais e resolve
O técnico Gilson Kleina tentou mudar o esquema da sua equipe com a entrada de Renato Cajá, um armador que não existia na equipe da casa, até então posicionada apenas com três volantes na frente da sua defesa e pouca aproximação no ataque. Além dele, entrou o lateral esquerdo Artur, único atleta da posição no elenco, substituindo Reynaldo, zagueiro improvisado no setor pelo treinador campineiro.
O comandante anfitrião, porém, não contava com a mesma efetividade demonstrada pelo Timão. Em meio à marcação pressão do adversário, Jô conseguiu receber no pivô após lateral cobrado por Guilherme Arana e, com um tapa, mandou a bola para Rodriguinho. Ainda no seu campo de defesa, o armador, sabedor de que não atuaria na volta, girou sobre a marcação de Fernando Bob, ganhou de Fábio Ferreira e abriu para Jadson, já na entrada da área. O camisa 77, honrando seu número, bateu forte, cruzado, novamente sem chances para Aranha.
Para piorar a situação de Kleina, o zagueiro Yago sentiu uma lesão na coxa esquerda no lance do gol e teve de ser substituído pelo também defensor Kadu, impossibilitando uma alteração ofensiva. Restou aos donos da casa contar com os esforços individuais do trio Clayson, Pottker e Lucca, normalmente bem marcados. Em uma rara tentativa bem sucedida, Pottker driblou dois, invadiu a área e cruzou, mas Fagner afastou o perigo.
Preocupado em não perder mais atletas e tentar fazer o terceiro no contra-ataque, Carille mandou a campo Paulo Rberto e Clayton nos lugares de Gabriel e Clayton. Praticamente entregue, a Macaca quase deixou em duas oportunidades, mas CLayton não conseguiu concluir. Coube então a Rodriguinho, o melhor em campo, cabecear a bola após lateral cobrado na área e decretar o triunfo quase irrecuperável para a Ponte.
FICHA TÉCNICA
PONTE PRETA 0 X 3 CORINTHIANS
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Data: 30 de abril de 2017, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Luiz Alberto Andrini Nogueira (SP)
Público: 16.048 pagantes
Renda: R$ 655.220,00
Cartões amarelos: Renato Cajá (Ponte Preta); Rodriguinho, Gabriel (Corinthians)
Gols:
CORINTHIANS: Rodriguinho, aos 14 minutos do primeiro e aos 35 minutos do segundo tempo, Jadson, aos 14 minutos do segundo tempo
PONTE PRETA: Aranha; Nino Paraíba, Fábio Ferreira, Yago (Kadu) e Reynaldo (Artur); Fernando Bob, Elton e Jadson (Renato Cajá); Lucca, William Pottker e Clayson
Técnico: Gilson Kleina
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel (Paulo Roberto), Maycon (Camacho), Jadson (Clayton), Rodriguinho e Romero; Jô
Técnico: Fábio Carille
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Redação Gazeta Esportiva