O III Festival Sergipano de Artes Cênicas continua com uma programação diversificada, atendendo aos mais variados gostos e públicos. Neste feriado, de 21 de abril, quatro opções de atrações foram apresentadas nos Teatros Lourival Batista e Atheneu, incluindo um debate contemporâneo, cena teatral, música, dança e comédia, todos voltados para a interação com o público.
Interessados em discutir um diagnóstico das artes cênicas no cenário político atual, tiveram a oportunidade de assistir a palestra “Nordeste e Brasil: O lugar do teatro de grupo em tempos de crise”, oferecida pelo Festival, em parceria com o Grupo Boca de Cena. A palestra, ministrada pelo teatrólogo do grupo Clows de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, Fernando Yamamoto, aconteceu no Teatro Lourival Baptista atraindo, sobretudo, profissionais da área.
Militante em defesa do teatro, Fernando Yamamoto, argumenta que o país está passando por um período de desmonte das artes e que, por isso, é preciso debater o assunto. “Estamos tentando nos articular, sobretudo, para continuar existindo, porque eu acho que o primeiro ato de resistência é manter a prática do teatro acontecendo. Temos medo é que o teatro não seja mais sustentável e os profissionais tenham que buscar trabalho em outras áreas. Nesse sentido, propus um debate que trace um diagnóstico local, e trago para Sergipe o que venho acompanhando em outros estados por onde passo”, explicou.
Pouco antes da palestra, o Grupo Boca de Cena, de Aracaju, apresentou uma cena inspirada no livro Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Ainda em processo de construção, a demonstração de pouco minutos aconteceu na entrada do Teatro, recepcionando o público que chegava. “A montagem conta com a direção de Fernando Yamamoto, que há alguns meses tem vindo à Aracaju realizar este trabalho com o Boca de Cena. Nossa intenção é buscar outras parceria para torna-la uma peça futuramente”, contou Rogério Alves integrante do Grupo.
Já no Teatro Atheneu a programação abriu com uma categoria da dança que vem ganhando mais adeptos no Brasil, o Pole Dance. A demonstração foi apresentada pelo Studio XIX Karine Ribeiro de Sergipe, que também proporcionou um “Aulão” aos presentes. “É uma honra para nós participar do Festival. Estar aqui nos dá a oportunidade de divulgar mais este trabalho, já que o evento reúne um público acostumado com arte, mas que talvez nunca tenha tido contato com esse tipo de dança. Acho que o preconceito com o Pole diminuiu bastante nos últimos cinco anos, tanto que existe uma campanha para transformá-lo em modalidade olímpica, e a divulgação para o público ajuda ainda mais”, afirmou a dançarina Karine Ribeiro.
Na sequencia as gargalhadas tomaram conta do teatro com a apresentação do “ImproRiso”. O espetáculo de improvisação traz jogos cênicos, compostos com a participação da plateia, apresentados pelos atores sem roteiro, nem ensaio. Improvisador há sete anos, o diretor e ator, Bruno Kelvernek, contou que já circulou por diversos lugares do Brasil e exterior com este formato de teatro, e que agora decidiu trazê-lo para Sergipe. “Acho legal poder apresentar o ImproRiso dentro do Festival, pois acaba chamando a atenção do público para outros outros formatos de teatro, o que acaba ampliando o alcance das artes cada vez mais”, ressaltou.
A estudante, Camila Góis, que tem acompanhado diversos espetáculos do Festival, disse ter se surpreendido positivamente com as apresentações da noite. “Achei o espetáculo de improvisação bastante interessante, principalmente pelas brincadeiras e interação com a plateia. Gosto de acompanhar o Festival porque quase tudo que se apresenta em Aracaju é pago, e o fato dele ser gratuito nos dá a oportunidade de ver várias atrações diferentes reunidas”, opinou. “Este é o primeiro espetáculo de improviso que eu venho e achei muito interessante. Adorei terem me chamado para participar, só fiquei com um pouco de vergonha”, contou o estudante Maykon Dellon, um dos convidados da plateia a interagir numa cena.
Promovido pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o Festival seguem até o dia 30 de abril com mais espetáculos e oficinas. Todas as atrações são gratuitas e estão espalhadas pelos teatros, praças, espaços públicos de Aracaju e outras cidades sergipanas. A programação completa está disponível no site da Secult: www.cultura.se.gov.br.
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Ascom/Secult