Em Sergipe, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das Nações Unidas (FIDA) financia o projeto Dom Távora, iniciativa do governo do estado para gerar renda e emprego em comunidades rurais. Cerca de 2,2 mil sergipanos já foram beneficiados, e outras 546 famílias de pequenos produtores serão integradas ao programa em sua segunda fase. Investimento da agência da ONU ultrapassará os 10 milhões de reais.
Implementado pela Secretaria estadual da Agricultura e Pesca (SEAGRI) e com o apoio técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO), o Dom Távora busca estimular o crescimento agrícola de forma sustentável, apostando nas aptidões de comunidades do Baixo São Francisco e do Semiárido.
Na primeira etapa da iniciativa, oito municípios — Pacatuba, Ilha das Flores, Santana de São Francisco, Neópolis, Graccho Cardoso, Carira, Simão Dias e Poço Verde — passaram a desenvolver atividades nos setores de bovinocultura, ovinocaprinocultura, piscicultura, cultivo de arroz orgânico, apicultura, ração alternativa, agroecologia com produção de sementes e cultivo de hortaliças.
Para o governador do Sergipe, Jackson Barreto, a atual estiagem revela a necessidade e a importância do projeto. “Sinto que chegamos em uma hora muito dramática. A seca está muito forte, devastando lavouras e criando problemas para os pequenos produtores. Mas, por meio desse projeto, nós estamos conseguindo facilitar vida dessas pessoas, que estão inseridas nessa triste realidade”, afirma.
O chefe do Executivo estadual aponta ainda que “o nosso papel é o de promover desenvolvimento com sustentabilidade e, ao mesmo tempo, segurar o homem do campo em sua própria terra, possibilitando uma maior geração de renda para eles e esperança de dias melhores”.
Na nova fase, o programa chegará aos municípios de Tobias Barreto, Pinhão, Carira, Pacatuba, Brejo Grande, Graccho Cardoso e Poço Verde. De acordo com o governo do estado, essa segunda etapa beneficiará aproximadamente 2,7 mil pessoas.
Respeito à vontade das comunidades
O secretário à frente da SEAGRI, Esmeraldo Leal, chama atenção para a parceria democrática com as comunidades participantes. “O que nós construímos com o Dom Távora é respeito absoluto à vontade local. Tem que ser um projeto que já dialoga com a realidade, com essa vontade do grupo de famílias e quem escolhe isso é a comunidade”, explica.
Para Petrônio da Silva, membro da Associação de Pescadores e Agricultores do Assentamento Santana dos Frades, em Pacatuba, o Dom Távora é fonte de esperança para as 60 famílias que criavam peixes apenas para a subsistência. Os trabalhadores do local já executaram o serviço de perfuração da barragem e dos viveiros, e a compra da ração e dos animais está em fase de licitação.
“Há mais de 20 anos a gente trabalha nessa atividade. Nossos viveiros eram feitos a mão, na pá, o poço maior tinha capacidade de 300 alevinos. Com o Dom Távora, a gente vai criar mais de mil peixes, com uma barragem comunitária e 60 viveiros. A gente praticamente só produzia para consumo. Hoje, a gente já pode pensar em gerar renda através da pesca”, comenta o sergipano.
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Do Portal da ONU/Brasil