No próximo dia 16/2, às 14h30, os mandatos da deputada estadual Ana Lúcia (PT) e do vereador de Aracaju Iran Barbosa (PT) estarão promovendo, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, uma Audiência Pública para debater com a sociedade o direito humano universal de acesso à água e a defesa da Companhia de Saneamento de Sergipe como patrimônio público do povo sergipano.
A audiência conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto de Sergipe (Sindisan), da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT-SE) e da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), e terá como palestrante principal o Phd e Professor em Saneamento, Luiz Roberto Santos Moraes, da Universidade Federal da Bahia, que debaterá o tema “Deso – Companhia Pública: garantia aos sergipanos do direito humano de acesso à água”.
“No atual cenário em que vivemos, com essa onda privatista, que quer entregar todo o nosso patrimônio ao capital privado a preço de banana, e com a escassez hídrica que Sergipe vem atravessando, esse debate é de fundamental importância para toda a população, que é a principal interessada na manutenção da nossa Deso como companhia pública, porque é ela que vai atender aos pequenos povoados e às famílias de baixa renda. É a Deso que chega onde empresa privada nenhuma vai querer investir, porque obedece à lógica do lucro e do retorno financeiro para os seus acionistas. Capital privado não tem compromisso com o social, apenas com lucro e dividendos, e água não pode ser tratada como mercadoria pelo valor essencial que tem para a vida”, destaca a deputada Ana Lúcia.
Para o vereador Iran Barbosa, nada justifica a venda de um patrimônio público que dá retorno à população e é estratégico, como é o caso da Deso. “A Deso é um patrimônio do povo sergipano com importantes serviços prestados à população. Se há problemas, muitos deles criados para justificar a venda da empresa, é preciso corrigi-los com investimentos e gerência comprometida com a população. Além disso, a Deso é uma empresa estatal estratégica, porque lida com o tratamento e a oferta de água, que é um bem precioso e não tem preço, visto que se trata de um recurso natural indispensável à vida. Sem água ninguém vive!”, enfatiza.
“Portanto, é preciso fazer esse debate aberto com a população sergipana, que é quem mais vai perder, caso essa privatização se efetive. Sou contra a privatização da oferta dos serviços de abastecimento de água por razões ideológicas, legais e de sobrevivência e entendo o caráter estratégico que temos a cumprir, mobilizando a população, os movimentos popular e sindical, as igrejas, os partidos políticos, as entidades da sociedade civil e toda a sociedade, enfim, na busca de barrarmos qualquer iniciativa que vise à privatização desse importante serviço que tem uma função social vital a cumprir. Nem nos centros mais avançados do Capitalismo o Estado permite que a água seja transformada em mercadoria a serviço do lucro de poucos, em prejuízo dos interesses coletivos. Aqui em Sergipe, não podemos permitir que isso aconteça”, afirma Iran Barbosa.
Movimento inverso
O presidente do Sindisan, Sérgio Passos, lembra que o Governo de Sergipe, que é o acionista majoritário da Deso, está fazendo o movimento inverso à maioria das cidades do mundo, onde se compreende que a água e o saneamento são setores extremamente estratégicos e não devem estar vinculados a interesses mercadológicos e do capital, em especial, o estrangeiro.
“Cidades importantes do mundo como Paris, Roma, Berlim, Buenos Aires, La Paz, e agora Itu, no interior de São Paulo, só para citar algumas, retomaram as concessões de água e esgotamento porque a iniciativa privada não cumpriu com metas de universalização ou melhoria dos serviços, apenas aumentaram tarifas a fim de aumentar o retorno financeiro. Então, não entendemos como o Governo do Estado quer fazer o movimento inverso e abrir mão de um setor tão estratégico para os sergipanos. O Brasil tem a maior reserva de água doce do mundo, abrir mão desta riqueza é um crime e um atestado de incompetência do governo”, diz o sindicalista.
“A Deso tem problemas que podem ser resolvidos com gerenciamento mais eficiente e sem interferências políticas, e com mais investimentos públicos, mas não com a privatização, que não é solução, como já vimos com as companhias telefônicas, que foram privatizadas e hoje acumulam enormes prejuízos que estão sendo pagos pelo povo. Assim é bom privatizar: se der lucro, fica com o capitalista, mas se der prejuízo, quem paga é a população”, aponta Sérgio Passos.
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Fonte: Assessoria da Comunicação