O Governo do Estado, por meio da Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe (Edise), lançou nesta quinta-feira, 09, o livro ‘O Salvador do Treze’, de autoria de Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira. A obra explica o projeto de transformação social dos pequenos agricultores da Colônia Treze, povoado do município de Lagarto, empreendido por seu pai, Luiz Alves de Oliveira, na década de 1960.
Segundo o governador do Estado, Jackson Barreto, essa obra retrata uma fase importante de afirmação da Coopertreze, que estava praticamente em um processo de falência e má gestão. Foi então que Luiz Alves, à época funcionário do Banco do Brasil, levou para lá uma nova visão de cooperativismo, conseguindo impulsionar a cooperativa e garantindo a sobrevivência de muitas famílias.
“Os ensinamentos desse grande homem floresceram e transformaram a Coopertreze em um modelo de cooperativismo para o Brasil e para o mundo. Ele nos deixou uma bela experiência, pois, a partir dali, surgiram vários movimentos de cooperativismo em nosso estado”, complementou.
O autor Luiz Hermínio disse que o trabalho foi totalmente voltado ao desenvolvimento daquela região do estado de Sergipe. “É bem evidente que os relatos são das décadas de 60, mas a Coopertreze se tornou um modelo para o Brasil, e a experiência poderia tranquilamente ser transposta para os dias de hoje”, garantiu.
Para o reitor da Universidade Federal de Sergipe, Angelo Antoniolli, a publicação tem uma importância muito grande para a família, que recupera o valor humano da solidariedade que o pai representou durante toda vida para cada integrante dela. “Eu convivo com eles, e percebo claramente que a disposição e a vontade de fazer é uma marca própria deles”, relatou.
Ainda de acordo com Antoniolli, esta obra traz para Sergipe uma história virtuosa da organização desta comunidade. “Hoje, ao passarmos pela Colônia Treze, percebemos o quanto esta ação cooperativa influenciou historicamente aquela comunidade. Sem dúvidas essa experiência é um legado que nos inspira a busca da melhoria da qualidade de vida da nossa gente”, opinou.
Gratidão
O governador do estado elogiou o autor e afirmou que toda sua família deixou uma marca importante na história de Sergipe. “O professor Luiz Hermínio é uma pessoa extremamente capaz. Prestou um grande serviço para a medicina e para a educação superior, quando foi reitor da nossa universidade federal. Toda sua família sempre mereceu muito respeito”, elogiou.
Palavras que foram recebidas com alegria pelo escritor. “Para mim, foi muito gratificante ter a presença da autoridade máxima do governo do estado prestigiando esse trabalho. Isso mostra a importância que o governador dá ao tema do desenvolvimento rural da região, do cooperativismo, além da valorização da minha família. Pessoalmente, fiquei muito orgulhoso com essa visita”, revelou Hermínio.
O autor e o homenageado
Cardiologista e professor do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira exerceu funções administrativas como pró-reitor de Graduação, vice-reitor e reitor. Com essa obra, o professor presta tributo ao trabalho de seu já falecido pai, por entender que ele foi um dos pioneiros no estado nos fundamentos do desenvolvimento rural.
Já seu pai, Luiz Alves de Oliveira, nasceu em 1926. Foi funcionário do Banco do Brasil e indicado em 1965 para administrar a Cooperativa Mista dos Agricultores do Treze (Coopertreze), que estava à beira da falência, permanecendo no Treze até 1972, período em que o povoado conheceu grande desenvolvimento. Luiz Alves de Oliveira faleceu em 2006.
A obra
Segundo o professor Luiz Hermínio, a publicação não se trata de uma obra familiar, mas de um estudo técnico, uma peça importante para quem busca entender os princípios e a dinâmica do cooperativismo.
De acordo com o autor, a ideia de reconstruir passo a passo o trabalho do pai surgiu em 2011, quando a escola estadual da Colônia Treze recebeu seu nome, o consagrando como ‘Salvador do Treze’.
Apesar de Luiz Alves ser citado em trabalhos sobre o desenvolvimento da região e ter visibilidade em expedições nacionais e internacionais ainda em vida, Hermínio sentiu a necessidade de, segundo suas próprias palavras, “traduzir essa obra para os sergipanos, para o Brasil e para o mundo”.
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Da Agência Sergipe de Notícia