Em Sergipe, a Leptospirose atingiu 20 pessoas em 2016. A doença infecciosa é causada por uma bactéria (Leptospira spp) que penetra, principalmente, através da pele, a partir do contato com água contaminada, especialmente, pela urina dos ratos. O monitoramento desses casos é realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“O número de casos notificados em 2016 é quatro vezes menor que em 2007, por exemplo, quando 83 casos foram registrados em Sergipe”, analisou o médico infectologista Marco Aurélio Góes, referência técnica da SES. Ele acrescenta ainda que, em relação ao ano de 2015, foram 17 casos a menos.
Apesar da redução no número de notificações ao longo dos anos e de não haver características de surto para essa doença no território sergipano, o Estado orienta a população e aos gestores municipais sobre as medidas preventivas.
“É importante lembrar que os ratos são os principais portadores da bactéria que causa Leptospirose e que a eliminam pela urina durante toda a sua vida. Por isso, é importante evitar situações que aumentem os roedores próximos aos domicílios como: evitar acúmulo de entulhos, lixo e matagais”, alertou Marco Aurélio.
Além disso, o contato direto com a água potencialmente contaminada deve ser evitado. No entanto, diante da necessidade (enchentes, trabalhos relacionados ao esgotamento sanitário, dentre outros), é necessária a utilização de equipamentos de proteção individual, como as botas impermeáveis.
Sintomas e tratamento
De acordo com o médico infectologista, a doença pode ser confundida nas formas leves, com quadros virais (febre, dor no corpo e dor de cabeça). Porém, nas formas graves, apesar de iniciar da mesma forma, a enfermidade evolui para sintomas como: icterícia (a pele e olhos ficam amarelados), diminuição da diurese, tosse, falta de ar e sangramentos.
“Além da suspeita clínica através dos sintomas, é importante identificar se houve alguma exposição à água contaminada e a presença de roedores nas proximidades”, explicou Marco.
Entre os exames que devem ser realizados diante de casos suspeitos estão o hemograma e os para avaliar o funcionamento dos rins. Para a confirmação do diagnóstico, no entanto, são feitos os exames sorológicos (sorologia para Leptospirose).
“Apesar de ser uma doença grave com alta letalidade, é tratável. O tratamento deve ocorrer no ambiente hospitalar, através de antibióticos, hidratação venosa, oxigenoterapia e medidas de manutenção da função renal”, detalhou Marco Aurélio.
Mais Dados
Entre os anos de 2007 e 2016, foi registrado em Sergipe o total de 503 casos de Leptospirose, sendo que 133 deles resultaram em óbito. Somente no ano passado, 20 pessoas contraíram a doença e cinco delas foram a óbito.
Dos casos notificados no ano passado, nove foram em Aracaju e cinco em Nossa Senhora do Socorro. Já os municípios de Riachuelo, Itabaiana, Brejo Grande, Rosário do Catete, Laranjeiras e Canindé do São Francisco apresentaram um caso, cada um.
“Em Sergipe os casos ocorrem de forma esporádica, muitas vezes atingindo as pessoas que trabalham com reciclagem, limpeza de bueiros, terrenos baldios ou lavagens de quintais de forma desprotegida”, destacou o médico infectologista. Além disso, as ocorrências podem surgir, também, por causa do contato com áreas de alagamento ou contato desprotegido com porções de água após as chuvas.
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Da Agência Sergipe de Notícias