por ANDRÉ BARROS, Sergipe Notícias
O caso que envolve a afiliada Rede Globo em Sergipe e empresas de pneus no Estado continua na Justiça. No mês passado, a delegada Danielle Garcia, do Departamento de Combate ao Crime Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), detalhou com exclusividade ao Sergipe Notícias o inquérito que apura a compra de quase R$ 2 milhões em pneus pela TV Sergipe a todas as empresas do comércio sergipano.
De acordo com a delegada, com o inquérito finalizado, foram indiciados os borracheiros, um funcionário da TV Sergipe e outro homem, que era ex-funcionário da emissora. “A questão de quem vai pagar não diz respeito ao inquérito, que teve como objetivo identificar a autoria e definir como ocorreu o caso. Se a TV deve ou não pagar, vai depender de uma ação cível. Mas, uma coisa é fato: tem um débito que precisa ser pago”, afirma a delegada Danielle Garcia.
Ainda segundo a delegada responsável pelo caso, o funcionário e o ex-funcionário da emissora foram indiciados por estelionato. Já os borracheiros, foram indiciados por receptação qualificada. “Os bens [pneus] foram adquiridos de forma ilícita e eles vendiam por um preço bem inferior ao preço do mercado. Como eles [borracheiros] tinham um comércio estabelecido, então, pelo Código, o crime qualifica”, explica.
Para a delegada, “a TV precisa se responsabilizar pelos atos irresponsáveis daqueles que se colocam nesses cargos mais importantes”. “Se as empresas forçarem a barra na Justiça, eu acho que tem como obrigar a TV a pagar. As vendas foram feitas de boa-fé. Uma pessoa chega aqui, com a farda da TV; todo mundo sabe que esse cara trabalha 200 anos para a família Franco. Como é que a gente vai dizer que é uma fraude?”, analisa a delegada, avaliando a situação das empresas que venderam os pneus.
Ameaças
Em entrevista ao Sergipe Notícias, um dos réus envolvidos no caso disse que está sendo ameaçado após o caso ter ido parar na Justiça. De acordo com o homem, ele e seus familiares estão assustados. “Minha mãe já baixou até hospital. Na nossa família, nunca aconteceu um negócio desse. Pelo amor de Deus. Estou com os nervos à flor da pele. Nunca passei por uma situação dessa na minha vida. Sei lá se eles não são capazes de fazer alguma besteira comigo… Estou com medo”, disse o réu, em entrevista ao SN.