Há exatamente 31 anos a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da lista de distúrbios mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID). Por isso, o dia 17 de maio tornou-se simbolicamente o Dia Internacional de Combate a LGBTIFOBIA. Infelizmente, diante de uma onda conservadora e ideológica, o Brasil demonstra ser um dos países que mais viola os direitos da população LGBTQIA+.
O Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil revela que durante o ano de 2022 ocorreram 273 mortes de forma violenta no país. Dessas mortes, 228 foram assassinatos, 30 suicídios e 15 outras causas. Este material é resultado de um esforço coletivo de produção e sistematização de dados a respeito da violência e a violação de direitos LGBTI+. Vale ressaltar que a sigla agrega pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.
Mas, vale ressaltar, que essa mudança é um pequeno passo em resposta a um grande movimento mundial pela despatologização das identidades trans que luta contra a psiquiatrização e pelo direito a decidir livremente sobre seus corpos.
Também acredita-se que a retirada do termo transexualidade do rol de “doenças mentais” irá contribuir com a desconstrução do estigma de anormalidade que contribui para violência cotidiana que essa população está exposta. Mas, se pensarmos que o fato da homossexualidade ter saído do CID não foi traduzido em proteção para lésbicas, gays e bissexuais, então muito dificilmente essa mudança ajudará travestis e transexuais.
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Por Adiberto Souza