Um começo sonolento e desatento que resultou em dois gols do Confiança. Depois disso, o Cruzeiro não conseguiu ter uma organização mínima e chegou ao 9º tropeço em 13 jogos no Mineirão. Um desempenho vergonhoso dentro do histórico estádio. Se não voltar a vencer em casa, a briga seguirá na parte debaixo da tabela. Com todos esse vacilos, a boa invencibilidade de Felipão foi “por água abaixo”.
O Cruzeiro perdeu para o Confiança por 2 a 1 nesta sexta, 27, no Mineirão. A Raposa terminará a competição sem vencer o rival sergipano, visto que no primeiro turno o resultado foi 1 a 1. Em contrapartida, o Confiança terminará a Série B com quatro pontos contra a equipe mais tradicional do torneio.
Com o resultado, o Confiança alcançou a 8ª posição da Série B, com 36 pontos. O Cruzeiro segue em 15º e vê a distância para o G-4 voltar aos 12 pontos, já que o Cuiabá venceu e chegou aos 40 pontos. A proximidade à zona do rebaixamento pode diminuir para 4 pontos se o Náutico vencer o Juventude neste sábado, 27.
O jogo e as atuações
Uma partida muito ruim do Cruzeiro. Um primeiro tempo para se esquecer e um segundo tempo que atacou no “abafa”. Sem organização no meio-campo – ponto criticado após todas as partidas do Cruzeiro na competição – a equipe mineira não conseguia fazer a transição e viu o modesto time do Confiança ter domínio em vários momentos da partida. O Cruzeiro só conseguiu criar grandes chances no final da 2ª etapa, quando a equipe sergipana estava exausta.
A grande diferença entre Cruzeiro e Confiança é definida em sete letras: vontade. O time nordestino entendeu a partida como uma final e mereceu o triunfo do início ao fim. Mérito de Daniel Paulista, que conseguiu pressionar o adversário, característica que o Cruzeiro não apresentou.
O ponto positivo da ruim atuação do Cruzeiro foi, mais uma vez, os defensores Fábio, Manoel e Raúl Cáceres. Mesmo sofrendo dois gols bobos, os três pilares da equipe salvaram em vários momentos e Raúl até marcou o único tento da partida – em um cabeceio, fundamento errado por vários atacantes nos minutos finais.
O ponto negativo é a atuação cruzeirense. Faltou coletivo, triangulações e raça. Por isso, o Cruzeiro perdeu a 5ª partida no Mineirão. Como problemas individuais, é necessário ressaltar – novamente – os erros de Patrick Brey, que “tomou duas canetas” humilhantes de Thiago Ennes na primeira etapa. Jadsom Silva também foi mal e falhou no primeiro gol, onde ele auxiliou na cobrança excelente de Guilherme Castilho.
O primeiro tempo
Felipão surpreendeu logo na formação. O técnico pentacampeão repetiu a escalação, mesmo tendo Matheus Pereira e Cacá de volta. Ramon e Patrick Brey ganharam mais uma chance nas suas posições de origem. Com isso, Adriano também foi mantido como primeiro homem à frente da defesa.
O primeiro tempo do Confiança foi muito bom e seguro, visto que a equipe construiu uma boa vantagem de dois gols e, mesmo com alguns sustos, conseguiu não sofrer gols do adversário. Por outro lado, o Cruzeiro teve a bola, teve até algumas chances, porém a desorganização foi a tônica de mais um primeiro tempo ruim da Raposa no Mineirão.
Logo aos 4 minutos, uma sequência de quatro escanteios seguidos para o Confiança. Em todas as cobranças, Guilherme Castilho, cria da base do Atlético que está emprestado ao time sergipano, bateu com força, colocando muito perigo na bola.
Na 1ª tentativa, ele tentou olímpico e Fábio defendeu. Na 4ª cobrança, Castilho ousou e fez um belo gol olímpico. Jadsom Silva, que estava em cima da linha, tentou tirar, mas errou e ajudou a colocar ela para dentro do gol. O mérito foi de Guilherme Castilho e o gol olímpico é dele. 1 a 0 para o Confiança.
O Cruzeiro até tentou reagir. Régis, aos 10, aproveitou uma bola mal tirada pela zaga e bateu forte. Rafael Santos fez a defesa. Sete minutos depois, em um contra-ataque, o Cruzeiro teve uma grande chance. Raúl Cáceres fez o lançamento, Patrick Brey, que estava pela direita no contragolpe, fez o corta-luz inteligente e Airton recebeu na área. O artilheiro cruzeirense na Série B tinha Sóbis e Pottker como melhores opções, mas optou por bater e perdeu uma grande chance.
Aos 22, o Confiança explorou o lado mais fraco da defesa do Cruzeiro: o lado de Patrick Brey. O lateral-direito Thiago Ennes deu duas lindas canetas, nos 45 minutos iniciais, e o primeiro drible acarretou o segundo gol do Confiança. Thiago Ennes driblou, cruzou e encontrou Ítalo, que chutou de primeira. A bola bateu na mão de Raúl Cáceres. Pênalti marcado pelo árbitro. Na cobrança de Renan Gorne, bola para um lado e Fábio para outro. Gol do Confiança. 2 a 0 no placar do Mineirão.
Eram dois gols de diferença. Um tremendo baque para a Raposa, que até tentou ser agressiva em duas boas chances. Aos 35, Brey cruzou, o goleiro bateu-roupa e deu no pé de Airton. O ponta tentou tocar para o meio, mas Matheus Mancini tirou o provável gol de Régis. No rebote, Rafael Sóbis sofreu uma falta na meia-lua. O próprio camisa 23 cobrou no canto do goleiro e obrigou Rafael Santos a fazer uma boa defesa.
No apagar das luzes da primeira etapa movimentada, contudo, ruim para o Cruzeiro, a equipe azul celeste teve uma boa chance. Airton tocou para Raúl Cáceres no fundo, que colocou a bola na cabeça de William Pottker. Mesmo livre, o atacante cabeceou para fora.
O segundo tempo
A primeira etapa terminou frenética e os 45 minutos finais iniciaram da mesma forma.
Aos 8, Guilherme Castilho cobrou muito bem uma falta do “meio da rua”, a bola passou por todo mundo e Reis quase marcou. No contragolpe, um gol importante do Cruzeiro. William Pottker, com muita inteligência, cruzou na cabeça de Raúl Cáceres, que entrou livre na segunda trave e testou para o fundo das redes. Gol do Cruzeiro e uma esperança para o torcedor. 2 a 1 no marcador.
Mesmo após marcar, a Raposa não conseguiu impor seu futebol. O Confiança que chegou mais perto do gol. Aos 16, Renan Gorne recebeu de Ítalo e bateu no gol. Fábio fez grande defesa. Dois minutos depois, falta na intermediária para Castilho. O autor do primeiro gol bateu bem e Fábio salvou novamente.
O nervosismo por estar tropeçando pela 9ª vez em casa foi batendo no Cruzeiro, porém, com o tempo, também bateu o cansaço do Confiança. Por causa disso, o final da partida só deu Cruzeiro no famoso “abafa”, mesmo sem melhorar a questão da organização.
Aos 31, Machado cobrou uma falta lateral bem fechada e quase surpreendeu o goleiro Rafael Santos. No lance seguinte, Pottker tabelou com Arthur Caíke e cruzou para o meio da área. Manoel passou da bola e não conseguiu empurrar para o gol.
No minuto 35, Pottker cruzou e Thiago cabeceou para fora. Três minutos depois, Arthur Caíke aproveitou uma bola rebatida e tentou encobrir Rafael Santos com a cabeça. O goleiro, que se lesionou nos últimos minutos e seguiu em campo, fez outra grande defesa. Pottker, aos 41, teve a última grande chance, porém cabeceou errado.
Fim de jogo
Um resultado merecido, já que uma equipe jogou o possível e outra entregou um futebol vergonhoso. A forma que o Cruzeiro pressiona, “morde” o adversário e consegue ser agressivo é vexatório e o desempenho na Série B deixa isso claro. Foi a primeira derrota após 45 dias, o primeiro revés de Felipão, porém o nível de atuação não mudou muito.
Felipão é um ótimo motivador, tanto que o Cruzeiro estava vivendo o melhor momento dentro da Série B. Entretanto, os sucessivos e repetitivos erros da equipe evidenciam a necessidade de treinamentos. Não pode uma equipe do tamanho do Cruzeiro encarar o Confiança como foi a atuação desta noite. Ao trabalho, Cruzeiro!
O Cruzeiro volta a campo na próxima quarta, 02, às 21:30, contra o América.
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Por Portal Em.com.br