Nesta terça-feira, 19, o Ministério da Saúde divulgou o resultado nacional do Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRA). De acordo com o novo mapa da Dengue, 157 municípios brasileiros estão em situação de risco para a doença, outros 525 em alerta e 633 cidades com índice satisfatório. O levantamento, elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, foi realizado entre 1º outubro e 08 de novembro deste ano em 1.315 cidades e tem como objetivo identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença.
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Em Sergipe, dos 75 municípios, apenas 45 realizam o levantamento de dados para o LIRA, pois apenas os municípios que possuem acima de 2 mil imóveis podem participar do levantamento. Nos demais é feita a pesquisa tradicional, de responsabilidade dos municípios. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 12 municípios no Estado estão em situação de alto risco epidêmico e 24 apresentam um grau médio de risco, e mais 09 municípios têm baixo risco de epidemia.
Dentro do território sergipano, neste ano, dos 10 municípios que mais notificaram casos suspeitos de Dengue, está Aracaju, com o maior número de casos, sendo 844 notificações e 257 casos confirmados (30,4% do total), mas proporcionalmente, Carira é o município com o maior número de confirmação, pois dos 92 casos notificados, 29 foram confirmados (31,5% do total).
A coordenadora do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, destacou que 12 municípios sergipanos apresentaram o índice de infestação superior ao limite aceitável pelo Ministério da Saúde de 3,9% e que o município de Riachuelo, inclusive, atingiu a marca de 10,5% de infestação.
Nos municípios de alto risco, será intensificada a ação da Brigada Itinerante que já esteve em mais de 50 cidades. O carro fumacê também estará presente, mas nada disso adianta se os moradores e os gestores municipais não derem continuidade.
“O risco de uma epidemia de Dengue sempre existe e o que podemos fazer é nos antecipar a uma epidemia. É um alerta aos gestores e também para que a população intensifique as ações de controle ao vetor da Dengue, pois se conseguirem controlar o vetor, a epidemia é evitada”, destaca.
Óbitos
Neste ano já foram contabilizados 02 óbitos provocados pela transmissão da Dengue, enquanto no ano passado ocorreram 03 óbitos pela doença. Em 2008, quando houve uma epidemia em diversos Estados, incluindo Sergipe, 56 óbitos foram registrados no território sergipano.
“O caso de qualquer óbito na federação brasileira já é uma situação preocupante para o Ministério da Saúde. Por isso, não importa o número de casos que os profissionais notifiquem, pois é preciso haver essa notificação para a confirmação. A Dengue representa um risco durante o ano todo e por isso é uma doença endêmica. Os meses de maior incidência são março, abril e maio. Para não ocorrer o mesmo que em 2008, quando a epidemia começou no mês de janeiro daquele ano, temos que nos mobilizar a partir de agora”, acrescentou Sidney Sá.
Recursos
Para intensificar as ações de vigilância, prevenção e controle da Dengue, o Ministério da Saúde está dobrando o volume de recursos adicionais que serão repassados a todos os estados e municípios brasileiros. Portaria autorizando o repasse de R$ 363,4 milhões foi assinada ontem pelo ministro Alexandre Padilha. Os recursos são para incrementar os investimentos realizados nas ações de vigilância em saúde, que somam R$ 1,2 bilhão, sem o montante adicional. Sergipe será contemplado com recursos adicionais de R$ 4.359.662,90 para a realização de campanhas e ações contra o mosquito.
Cuidados
Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito.
Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
Relação do risco epidêmico nos municípios que realizaram o LIRA
Alto risco: Riachuelo, Monte Alegre, Simão Dias, Nossa Senhora das Dores, Tomar do Geru, Boquim, Pedrinhas, São Domingos, Itabaianinha, Areia Branca, Carira e Capela.
Médio risco: Frei Paulo, Maruim, Porto da Folha, Salgado, Carmópolis, Malhador, Tobias Barreto, Lagarto, Laranjeiras, Itabaiana, São Cristóvão, Japaratuba, Santo Amaro das Brotas, Umbaúba, Propriá, Aquidabã, Barra dos Coqueiros, Poço Verde, Cedro de São João, Campo do Brito, Ribeirópolis, Poço Redondo, Rosário do Catete e Aracaju.
Baixo risco: Itaporanga D’Ajuda, Moita Bonita, Estância, Canindé do São Francisco, Nossa Senhora do Socorro, Neópolis, Cristinápolis, Nossa Senhora da Glória e Pirambu.
Agência Sergipe de Notícias