O deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de hoje (29), para fazer seu último pronunciamento na Casa, antes de voltar para a suplência, com o retorno do ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedetec), Zeca da Silva (PSC). Na oportunidade, Gilmar ressaltou que não estava se despedindo, mas dizendo um “até breve” e cobrou uma posição política do senador Antônio Carlos Valadares (PSB). “Ele (Valadares) não pode ficar dos dois lados; ou rompe com o governo ou fica lá. Até em respeito aos deputados Adelson Barreto e Maria Mendonça”.
Ao iniciar seu pronunciamento na AL, Gilmar Carvalho disse que “não vou comentar as exonerações de Zeca da Silva, Marcelo Freitas e João das Graças, mas confesso que me surpreendeu a exoneração da irmã da deputada Maria Mendonça do Detran, Carminha Mendonça. Eu conheço a família e conheço Carminha. Mesmo sendo uma servidora que não servisse, que não trabalhasse, cuja eficiência fosse questionada, seria uma decisão administrativa. Quando o servidor não serve ele tem que ser colocado para fora, principalmente quando se trata de um cargo comissionado”. Em seguida, Gilmar Carvalho continuou dizendo que “agora Carminha Mendonça é uma das mais brilhantes na sua área, quando estava no comando de uma diretoria do Detran. Ela sequer foi escolhida pelo governador.
Foi uma escolha pessoal do diretor presidente do Detran, Bosco Costa. Não poderia ter feito isso pela afinidade que o governador tem com a família, pela competência profissional de Carminha e até pelo apoio político que Bosco Costa teve da família de Maria Mendonça.
Achei essa demissão insensata, incorreta, injusta e desleal”. “Trair é assumir um compromisso e fazer tudo diferente depois. Eu não fui chamado pelo governador para conversar. Na realidade eu não devo nada ao governador. Eu não estou magoado e nem vou fazer campanha ostensiva como fiz em 2005 e 2006, com o ex-governador João Alves Filho.
Não farei jornalismo contra ou a favor. Recebi aquela gravação do almoço no Palácio. Não mandei gravar e recebi de alguém muito ligado ao governador, alguém da cozinha dele. Mas essa fonte, assim como as demais, será preservada por toda a minha vida”, acrescentou o deputado. Gilmar Carvalho disse ainda que não terá problemas em elogiar o governador. “Como sempre fiz, no que tiver que elogiar, o farei. Quero dizer aqui que não esqueço um gesto de grandeza de Gualberto em julho do ano passado.
E foi ainda mais forte porque foi da iniciativa dele. Sou muito grato a ele, aconteça o que acontecer. Não devo nada ao governador e, se alguém deve algo, é ele pelo o que fiz em 2005 e em 2006. Nem um outro aliado teve coragem de fazer o mesmo. Não por falta de habilidade ou coragem mesmo, mas pelo estilo. Em uma audiência com Déda, ainda prefeito, pedi a ele que fosse candidato a governador.
Tentei convencê-lo antes mesmo dele decidir ser candidato”. “Não estou cobrando nada de Déda, mas perdi um mandato nesta Casa e pago todos os meses uma multa eleitoral de R$ 5 mil. Tenho quatro processos no Tribunal Regional Eleitoral por propaganda antecipada: um por propaganda minha e outras três de Marcelo Déda. Então não devo nada a ele e nem ele me deve nada! Agora quero dizer aqui que fui muito bem recebido pelo senador Valadares quando fui para o PSB. Entendo que se ele tiver um pingo de respeito com a deputada Maria Mendonça e com o deputado Adelson Barreto ele rompe com o governador”, cobrou o parlamentar. Concluindo, Gilmar Carvalho lembrou que “os deputados estiveram com o governador nos seus piores momentos e isso é a arrogância do poder.
É achar que é governador e que fez tudo e os outros nada! Se Valadares tiver respeito pelos parlamentares ele rompe com Déda. Peço ao deputado Gualberto que retire minha assinatura da indicação de Belivaldo Chagas para o TCE. Não é nada contra ele e ele sabe disso. Só que agora o cenário político é outro”. “Quero, inclusive, que registre nos anais da Casa: se o grupo de deputados liderados por Amorim votar em Belivaldo, sem o rompimento de Valadares, eu me afasto de Amorim. Estou colocando as coisas às claras. Entreguem todos os cargos e não adianta dizer que o governo não aceitou. Só fica quem quer.
Ulices Andrade e Reinaldo Moura foram escolhidos por decisão política. Sou leal e sou de grupo. Tenho certeza que Valadares é um líder correto e não vai jogar dos dois lados. Ou está com o governo, ou está conosco”, finalizou Gilmar Carvalho.
Habacuque Villacorte, da Agência Alese