O pai do garoto Daniel Manuleke, de 18 anos, acusado de estuprar uma adolescente de 12 anos, no município de Salgado, durante o Carnaval, falou pela primeira vez sobre o caso. Foi ao Cinform que o médico David Oliveira de Souza tratou sobre a polêmica e reforçou o que já tinha sido dito através de nota pela família na semana passada.
“Meu filho não é um marginal. Não é um marginal. Não é um monstro e muito menos esse bandido que a mídia e a polícia tentam construir a partir de uma acusação infundada de estupro num encontro entre dois adolescentes. Nós estamos sendo vítimas de uma armação, de ameaças descabidas e de tentativas de extorsão”, disse o pai do garoto.
De acordo com a reportagem, a família avalia que o caso está revestido de intolerâncias, prejulgamentos e preconceitos, em decorrência de cinco pontos: Daniel é um menino negro, é africano, é filho adotivo, é portador do vírus HIV e os agressores querem se vingar, equivocadamente, de uma suposta condição rica dos pais dele.
Segundo o advogado da família, Aurélio Belém, o que houve entre o garoto e a menina foi um “namorico de cinco minutos”. Eles teriam ido ao banheiro, pois não seria aceitável, num retiro espiritual, “ficarem” em público. “Como pode existir um estupro – que é um crime sexual violento – sem gemidos, sem que ninguém grite ou brigue, sem quaisquer barulhos? Quando eles saíram do banheiro, estavam sorrindo e caminhando normalmente. Se essa menina tivesse mesmo sido estuprada, estaria transtornada e apavorada, e não calma”, diz o advogado.
Ele ainda afirma o laudo do Instituto Médico Legal não é conclusivo quanto ao suposto abuso. “Sabemos que uma relação anal é uma coisa difícil, ainda mais quando se trata de uma adolescente de 12 anos. O laudo do IML diz, apenas, que há uma fissura e vermelhidão. Essa característica é compatível com uma prisão de ventre, por exemplo. E não com um estupro, um ato forçado”, justificou.
Na reportagem, é feita ainda referência à acusação da família da adolescente, que usa como argumento contrário ao garoto o fato de seus pais terem levado o coquetel de remédios contra o HIV para a menina. Aurélio Belém explica que os pais de Daniel agiram com cautela e responsabilidade, por serem médicos.
Por Valter Lima, Sergipe 247