“De que valem jazidas imensas de petróleo e minérios valiosos sem o líquido básico de nossa existência? Com essa consciência, devemos orientar nossas ações para a sua preservação e eficiente distribuição, sob pena de tornar inócuo qualquer outro tipo de riqueza material alcançada”. A defesa foi feita pelo senador da República, Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), por ocasião do Dia Mundial da Água, comemorado no último dia 22 de março.
“Estima-se que mais de 800 milhões de pessoas em todo o planeta não têm acesso regular à água e a tendência atual é de que esse número cresça em progressão assustadora”, alertou o senador.
Ele destacou que, com o lema “É hora de soluções”, o Fórum em Marselha foi aberto com um chamado de advertência, emitido pela Organização das Nações Unidas, que divulgou preocupante relatório dando conta de que as mudanças climáticas e pressões demográficas tornaram mais crítico o acesso universal à água potável.
“Constata-se, claramente, pelo documento da ONU, a relação direta entre os impactos ambientais e a escassez da água em alguns pontos do planeta. A situação se torna ainda mais grave quando ocorre em localidades já carentes em recursos hídricos e infraestrutura básica de saneamento”, alertou.
“Em nosso País, embora já dispondo de algumas importantes ferramentas para a gestão hídrica, enfrentamos alguns problemas no sentido de efetivá-las e viabilizá-las no plano concreto”, reconheceu.
Valadares argumenta ainda que “a potência ambiental e hídrica, detentora da maior reserva de água doce do mundo – o Brasil, não pode se eximir em ser referência e liderança global no assunto. Até para poder ter voz ativa e exigir dos seus pares da comunidade internacional o mesmo tratamento preferencial para a questão”, ponderou.
Para Valadares, o Plano Nacional de Recursos Hídricos e o seu sistema de gerenciamento, principal instrumento diretivo da política nacional da água, devem ser orientados de forma verdadeiramente descentralizada e participativa, permitindo que suas ações atendam às questões e especificidades regionais e se tornem mais efetivas.
“Campanhas maciças de educação e uso consciente da água, portanto, são essenciais para o êxito da política, que deve se expandir da burocracia governamental e dos órgãos setoriais para as comunidades – notadamente as ribeirinhas − e as organizações sociais”, apelou.
Jornalista Eliz Moura – Assessoria de Comunicação